Com apenas sete deputados presentes no plenário, não houve quórum para a realização da sessão ordinária na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), nesta quinta-feira, 27, mesmo dia em que os servidores da Casa receberam os salários de maio, mais uma vez sem as correções acordadas entre o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e a Mesa Diretora.
“Mais uma vez, sem novidade alguma, a Mesa não cumpre o compromisso. É lamentável, eles deviam ter a decência de quitar os direitos dos servidores, inclusive os dez anos sem o pagamento de férias, mas essa Assembleia é um poço sem fundo”, desabafou o deputado Rui Palmeira (PSDB).
Palmeira, assim como outros deputados presentes no plenário, afirmou que já havia sido procurado por servidores insatisfeitos. O parlamentar também voltou a questionar o destino de parte do ‘duodécimo duplicado’ – mais R$ 9,4 milhões – que a ALE recebeu do Poder Executivo em janeiro passado.
Os deputados Temóteo Correia (DEM) e Cáthia Lisboa (PMN), que participou da reunião ocorrida no dia 5 de maio, onde foi assinado o acordo entre sindicato e Mesa Diretora, disseram que a Mesa ainda não deu justificativa aos servidores nem aos parlamentares sobre o não cumprimento do acordo.
Os deputados também disseram desconhecer o pedido de adiantamento de R$ 450 mil feito pelo Poder Legislativo ao Poder Executivo para o pagamento do retroativo aos meses de janeiro, fevereiro e março do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). O pedido foi confirmado pelo 1º secretário Jota Cavalcante (PDT), durante entrevista na terça-feira passada.
Sem negociação
Ernandi Malta, presidente do sindicato, disse que irá esperar até a próxima segunda-feira, 31 de maio, para tomar providências em relação ao descumprimento do terceiro acordo firmado com a Mesa Diretora.
“Dessa vez vou usar o silêncio e tomar as decisões que devem ser tomadas. Não vamos mais fazer acordos, nem assinar documentos. Não há mais o que negociar”, frisou, sem adiantar, por enquanto, quais medidas serão tomadas pelo sindicato.
No acordo, a Mesa se compromete, entre outros pontos, a revisar o enquadramento do PCCS; ao pagamento do retroativo dos meses de janeiro, fevereiro e março; e ao repasse das consignações em folhas.
A reportagem tentou falar sobre o assunto com algum integrante da Mesa Diretora, mas não obteve êxito.