O deputado Antônio Albuquerque (PTdoB) vistoriou, pessoalmente, na quinta-feira, 18, todos os municípios de Alagoas atingidos pelas cheias da semana anterior, que também devastaram parte do Estado de Pernambuco. Antes disso, na semana passada, o parlamentar usou a tribuna da Assembleia Legislativa, para denunciar que a tragédia em momento algum teria sido causada pela natureza.
“Essas pessoas, essas cidades não são vítima da natureza, porque ninguém pode dizer que a destruição foi causada por uma tromba d’água. Existem, sim, empresas que visam somente seus lucros e, devido á ganância, guardam em seus reservatórios, suas barreiras, quantidades de água acima do que a estrutura pode comportar e o resultado é este”, analisou.
Diante do quadro trágico com que se deparou, o deputado disse que a ele só cabe cobrar, com dureza, dos governantes para darem uma solução mais do que emergencial para atender aos milhares de desassistidos “A mim, enquanto parlamentar, só me resta cobrar do governo estadual e federal que apontem os culpados e que a eles apliquem as devidas punições cabíveis ao caso”, apontou o deputado, lembrando que ao Estado caberá uma parcela de culpa, caso não apure devidamente o que realmente aconteceu.
“Fui o primeiro a usar a tribuna para comentar a tragédia e denunciar o crime cometido contra os municípios e a vida das pessoas, em nome da natureza. Curiosamente e infelizmente, minha denúncia não teve repercussão nem dentro, nem fora do Plenário”, lamentou.
Albuquerque se disse “impressionado” com a realidade que se abateu sobre os municípios afetados, especialmente sobre Branquinha e Quebrangulo. O parlamentar criticou a atitude de alguns gestores, que, ao invés de se preocuparem com a vida das pessoas, neste momento, já estão pensando em ações eleitoreiras.
Boicote
Em Branquinha, o deputado foi procurado por várias pessoas, que denunciaram não estar tendo acesso aos donativos e que os mesmos estariam sendo retidos e centralizados na residência da prefeita da cidade, Ana Renata Moraes. Antônio avalia que esse tipo de atitude “se configura em um crime, que deve ser apurado e responsabilizado”.
Para o deputado, esse não é o momento de fazer politicagem. “Não se pode tripudiar em cima da desgraça alheia. O que está ocorrendo em Branquinha é um ato criminoso sem precedentes”, lamentou. O deputado se colocou à disposição dos moradores para defendê-los no Legislativo e intermediar eventuais negociações que julguem necessário para terem acesso aos donativos.