A Secretaria de Saúde de Alagoas considera as enchentes registradas nos últimos dias um caso de "emergência de saúde pública", devido à intensidade e ao risco de ocorrência de casos novos de doenças. A afirmação foi feita, nesta terça-feira, 29, pela superintendente de Vigilância em Saúde, Sandra Canuto.
"Oficialmente, ainda não há casos suspeitos de cólera em Alagoas em decorrência das enchentes. O último caso da doença registrado no Estado foi em 2001, no município de Teotônio Vilela", disse ela. Em declarações à Agência Alagoas, Sandra Canuto afirmou que técnicos do Estado têm mantido contato diário com os municípios atingidos pelas cheias e realizado busca ativa de ocorrências de doenças nas unidades hospitalares da capital.
"A secretaria vem intensificando as ações de vigilância em saúde e está em alerta para ocorrência de doenças de notificação imediata como leptospirose, hepatite viral A, diarreias, febre tifóide, doenças infecciosas respiratórias, tétano e acidentes por animais peçonhentos", afirmou, acrescentando que técnicos da Vigilância em Saúde Ambiental e do Laboratório Central (Lacen) realizam monitoramento mensal das águas nos municípios e não têm encontrado o vibrião colérico, bactéria causadora da cólera.
De acordo com o boletim da vigilância, foram notificados entre os dias 23 e 28 deste mês, dez casos suspeitos de leptospirose; 50 casos de acidente por animal peçonhento, 110 casos de diarreia e 58 casos de síndrome respiratória.
O município com maior número de casos suspeitos de leptospirose notificados é Capela com quatro casos; Quebrangulo registra 44 casos de diarreia e 52 de síndrome respiratória; em Matriz do Camaragibe, foram notificados 20 casos de acidente por animais peçonhentos.
Segundo dados divulgados nesta terça-feira pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, Alagoas tem 26.618 desabrigados (pessoas que perderam suas casas e estão em abrigos públicos), 47.897 desalojados (gente que precisou deixar sua resiência e está abrigada na casa de familiares) e 37 óbitos. Pernambuco registou 26.966 desabrigados, 55.643 desalojados e 20 mortos. Alagoas tem, ainda, 69 pessoas desaparecidas.
Em Alagoas, quatro municípios decretaram situação de emergência, e 15, estado de calamidade pública. No Estado de Pernambuco, 27 decretaram situação de emergência e 12 estão em estado de calamidade pública.