O senador Fernando Collor de Mello (PTB) foi sabatinado na manhã desta quarta-feira, dia 21, como mais um dos postulantes ao cargo de governador do Estado de Alagoas. Collor deu sequência às entrevistas promovidas pela Fecomércio, no auditório do Sesc/Poço. De acordo com Collor, as principais bandeiras de sua administração – caso eleito – será a Educação e a Segurança Pública.
Ao falar sobre segurança, tema introduzido por Collor em todas as respostas, voltou a afirmar que caso eleito “os bandidos sentirão o peso de sua mão”. “É bom os bandidos já irem saindo do Estado”, destacou ainda o ex-presidente da República. Fernando Collor frisou que “combater a violência é uma questão de vontade política”. “Os bandidos não terão trégua em meu governo. Quando fui governador, foi de calma e tranquilidade para a família alagoana. Quem me conhece sabe, gosto da ordem, da disciplina e da paz. Que os bandidos saiam de Alagoas o quanto antes, pois se ficarem sentirão o peso de minha mão”, destacou ainda o senador petebista.
Para Fernando Collor, investir em segurança pública é também corrigir a remuneração dos policiais em Alagoas. “No Estado, com a aprovação da PEC 300, haverá condições de pagar melhores salários. Pois, a proposta prevê a criação de um fundo para subsidiar o governo a apagar estes valores, caso não haja condições, como é o caso de Alagoas”, sentenciou o candidato ao Governo do Estado.
O senador abriu a sabatina avaliando os índices de pobreza absoluta de Alagoas, apontados pelo IPEA. Os dados fazem uma análise que vai do período de 1995 a 2008. De acordo com Collor, “o quadro é triste”. “É um índice desastroso. A falta de segurança da família alagoana atormenta a todos e a questão da violência está ligada diretamente a pobreza. Sou uma pessoa de posição e atitudes muito fortes. Em meu governo, bandido aqui não vai se criar”, lembrou Collor – por mais uma vez – no discurso do combate à violência.
“É preciso melhorar o aparelho policial para combater a criminalidade. Isto está veiculado com a pobreza. Onde reina a miséria é um caldo de cultura à criminalidade. Combateremos também o tráfico. Traficante aqui não terá vez. A miséria em Alagoas é devido às baixas taxas de crescimento do Estado”, colocou. Fernando Collor de Mello defendeu ainda investimento em qualificação de mão-de-obra. Segundo ele, há lacunas neste sentido não só em Alagoas, mas no Brasil. “Além disto, é preciso investir em Infraestrutura, Educação e Saúde e atrair investimentos que tenham valor agregado”, destacou.
Incentivo
Para Fernando Collor de Mello, na questão de incentivo fiscal, o Estado de Alagoas já possui uma boa legislação que precisa ser aperfeiçoada, para atrair mais indústrias, “principalmente as que agreguem valor”. “Precisamos dar uma melhor contribuição para o comércio e serviços. A melhor contribuição neste sentido é investir em saneamento básico. As praias estão todas poluídas em Maceió e já há poluição em algumas do interior do Estado. É preciso investir, pois é uma forma de incentivar o turismo. Como é possível desenvolver o comércio e serviços se estamos matando a nossa galinha dos ovos de ouro?”, indagou Fernando Collor.
O senador e ex-presidente se comprometeu – caso eleito – a sanear toda Maceió. “Isto traz a reboque diminuição da miséria e da mortalidade infantil”, colocou ainda. Ao falar de saneamento básico, Collor aproveitou para elogiar a presidenciável Dilma Rousseff (PT). De acordo com ele, a ex-ministra tem uma preocupação com o saneamento e tem feito questão de cobrar isto nos recursos destinados ao Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). De acordo com o senador, uma das razões pelas quais ele vota em Dilma para presidente da República.
Educação
No tema Educação, Fernando Collor relembrou de sua época como presidente. “Eu criei – como presidente – escolas de ensino em tempo integral. A Educação começa pelo Ensino Básico, com convênios para ensinar pequenos ofícios para as crianças, para que possam ajudar em casa. Os pais iam tomar café com as crianças na escola. Infelizmente o projeto foi desativado quando saí da presidência, mas pretendo reativá-lo em Alagoas, que vive índices de miséria e violência que nos envergonham”.
De acordo com Collor, o que tem sido feito para acabar com as crianças fora de sala de aula é “empanturrar salas com 50 crianças, quando cabem apenas 15 e ministrar aulas por 2 ou 3 horas por dia”. “Isto não resolve o problema. O investimento tem que ser feito na escola em tempo integral”. O senador defendeu ainda banda larga nas salas de aula do Ensino Médio e investimentos nos últimos anos escolares para reduzir evasão no Ensino Superior.
O ex-presidente elogiou ainda o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por estar promovendo uma revolução no Brasil, nas áreas de Educação, Geração de emprego e renda e “da esperança”.
Saúde
Fernando Collor de Mello voltou a destacar o saneamento básico ao falar em Saúde e se comprometeu a construir um novo hospital em Maceió, com verbas de uma emenda parlamentar o deputado federal Antônio Chamariz (PTB). “Neste caso, o Estado entrará com sua contrapartida”. “A questão do saneamento é importante. O Hospital Sírio Libanês, em um relatório apontou que 65% dos pacientes atendidos pelo SUS portavam doenças ligadas à falta de saneamento e água potável”, colocou.
Dívida pública
Fernando Collor apresentou proposta para lidar com a dívida pública do Estado. De acordo com ele, o valor mensal pago pelo Governo do Estado – que é de R$ 40 milhões – poderia ser revertido em obras de Infraestrutura. “Acredito que a futura presidente Dilma Rousseff aprove esta ideia, que vem a beneficiar estados pobres. Seriam investimentos em intraestrutura, educação e segurança pública”, frisou.
Collor ainda ressaltou a importância de incentivar a agricultura familiar. “O principal problema da Agricultura em Alagoas tem sido a escoação da produção. Nossas estradas estão em petição de miséria e precisamos recuperá-las”. “Para Agricultura, penso também em incentivos ao setor leiteiro. O programa do leite que se implanta hoje foi sugestão minha ao ver uma experiência que dava certo no Rio Grande do Norte, mas é preciso melhorar. Acredito na força da indústria do fumo, além de retomar a produção agrícola do algodão, do arroz com iniciativas pontuais para reativar a economia de alguns municípios”, frisou Fernando Collor de Mello.
Precatórios
O senador abordou ainda sobre o tema do pagamento dos precatórios devido ao funcionalismo público. “O governo deve R$ 15 bilhões aos alagoanos, o que é mais do que se arrecada, já que é uma arrecadação de R$ 6 bilhões. O que tenho procurado fazer – de forma silenciosa – é trabalhar para que estes recursos sejam pagos a quem é devido. Os precatórios têm prioridade. Estamos buscando grandes empresas. Não conseguiremos isto da noite para o dia, mas temos bons motivos para confiar que algo começará a acontecer dentro de muito em breve”, frisou.
Ao se posicionar sobre a Lei Fica Limpa, Collor destacou a importância da lei de iniciativa popular. “Ela nasceu da sociedade. A Justiça destaca que a lei será cumprida e de forma retroativa, o que é um fato novo no Direito. Eu aprendi, até mesmo quando fui vítima de iniciativas políticas, mascaradas de justiça, que ordem judicial não se discute, se cumpre e quem tiver dúvidas ou questionamentos que os faça por meio da própria Justiça”, destacou o senador.