Gravações de contatos telefônicos entre reeducandos da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, e indivíduos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que age nos presídios de São Paulo, revelaram um audacioso plano para matar juízes e promotores de Alagoas. A descoberta da Polícia Federal e Departamento Penitenciário Nacional (Depen) resultou no reforço da segurança dos alvos.
Segundo informações do Depen e PF, as gravações revelam os nomes dos magistrados e promotores que estão na mira dos bandidos. Foram citados nas gravações os juízes Maurício Brêda e Ana Raquel Gama, da 17ª Vara Criminal da Capital, e os promotores de Justiça Ciro Blater, da Vara de Execuções Penais, e Alfredo Gaspar de Mendonça, do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério Público Estadual.
Os criminosos pretendiam executar as vítimas durante o pleito eleitoral. As gravações revelaram que os bandidos sabiam todos os detalhes sobre a vida das vítimas e sua rotina, o que impressionou ainda mais a PF. O plano foi descoberto há cerca de um mês e os alvos dos bandidos já tiveram a segurança reforçada.
Há informações de que o plano teria sido motivado por vingança. Em outubro do ano passado foram transferidos para o presídio de “segurança máxima” os detentos: Ivanildo Nascimento Silva, o ‘Aranha’, e Moisés Santos da Costa Júnior, o ‘Gil Bolinha’. Ambos são apontados pela Polícia Civil de Alagoas como peças-chaves no organograma do tráfico de drogas na capital alagoana.
Aranha também é acusado em vários assassinatos. Gil Bolinha, por sua vez, ainda protagonizou o episódio envolvendo sua liberação mediante suposto pagamento de propina.
A transferência ocorreu por determinação dos juízes da 17ª Vara Criminal da Capital, que acatou pedido do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), que realizou um mapeamento, juntamente com o então intendente penitenciário, tenente-coronel Luiz Bugarin, sobre os presos mais perigosos do sistema prisional de Alagoas.
Ao todo, 19 presos já haviam sido transferidos. Entre eles, o ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcanti, em março de 2007, a pedido do Judiciário alagoano, transferido para Catanduvas