A Polícia Civil de Sergipe, por meio do Subsistema de Inteligência em Segurança Pública (Sisp), apresentou na manhã desta sexta-feira, 13, quatro integrantes de uma quadrilha especializada em furtos a condomínios de luxo. Os acusados foram presos nesta quinta-feira, 12, no aeroporto internacional de Maceió. Eles agiram em Aracaju no dia 17 de julho de 2010.
A quadrilha também atuou nos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, São Paulo e em outras unidades da Federação. Foram presos: Leandro Patrik Bezerra da Silva, 24, Érica Regina Pazin, 33 anos, Monaliza Dias de Oliveira e Marcelo Correia de Oliveira. Segundo o delegado Cristiano Barreto, o prejuízo causado pela quadrilha em Aracaju gira em torno de R$ 600 a R$ 800 mil.
“Em um dos apartamentos invadidos em Aracaju elas chegaram a furtar um bracelete que tem valor de mercado de R$ 98 mil. Além das jóias, a quadrilha também roubava óculos esportivos, dólares, euros e reais”, disse. As imagens do circuito interno de TV de um dos prédios em Aracaju mostram a facilidade que as duas mulheres tiveram para entrar no edifício. “Demonstrando morar no condomínio, elas abriram a porta, sem ser incomodada, pegaram o elevador e foram até o 10º andar do prédio, em seguida desceram andar por andar e tocaram a companhia de todos os apartamentos. Quando alguém as atendia diziam que era engano, mas quando ninguém aparecia, elas abriam a porta com uma chave micha e furtava tudo que era objeto de valor”, explicou Cristiano.
Após os assaltos, parte da quadrilha voltou para São Paulo e Marcelo ficou cerca de 30 dias na casa de parentes na cidade de Carira, interior do Estado. De acordo com Cristiano, a quadrilha é extremamente experiente nesse tipo de assalto e ganhou repercussão nacional quando invadiu prédios de luxo na capital paulista e expôs a fragilidade da segurança desses empreendimentos.
“Em Aracaju eles agiram nos condomínios Drumond, Calumby e Antônio Andrade. A Monaliza já foi condenada quatro vezes e seu marido, que está preso no sistema prisional paulista, cumpre pena pela prática de crime semelhante. Ela também tem uma condenação em aberto decretada pela justiça da Paraíba”, explicou Barreto. Com o grupo a polícia sergipana apreendeu dólar, dinheiro brasileiro, perfumes importados, celulares, óculos, cartões de crédito, jóias, folhas de cheque, máquina filmadora e chaves “michas”, utilizadas para abrir as portas dos apartamentos sem a necessidade de arrombá-las.
A ação do grupo denunciou uma deficiência no sistema de segurança dos condomínios de Aracaju. As imagens do circuito interno de TV de um dos prédios visitados pelos criminosos mostram a facilidade que as mulheres tiveram para entrar na edificação sem serem abordadas por nenhum funcionário. “Sobre o material furtado em Sergipe, eles revelaram em depoimento que já repassaram o material para fornecedores e que as jóias já foram derretidas e vendidas”, finalizou Cristiano.
Prisões
A prisão da quadrilha demonstrou um trabalho minucioso desenvolvido pelo Sisp. Cristiano Barreto informou que a polícia analisou as datas dos crimes, checou os dias e horários onde o bando locou veículos em locadoras de Aracaju e teve acesso a um relatório expedido pela Infraero com toda movimentação área dos membros da quadrilha.
Esse relatório permitiu saber que Érica chegaria às 2 da manhã de ontem no aeroporto internacional de Maceió. Érica foi a primeira a ser presa por agentes da polícia sergipana e mais tarde os outros três integrantes foram surpreendidos pelos policiais de Sergipe. As investigações, que levaram a desarticulação do grupo criminoso, foram apoiadas pela Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol).