A pesquisa sobre o Endividamento do Consumidor de Maceió, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL), traz uma boa notícia para o setor de comércio e serviços da capital alagoana. Segundo a pesquisa, a taxa de consumidores endividados caiu sensivelmente de 72%, em julho de 2010, para 56,6%, em agosto. Ou seja, uma variação de 30%. Esse resultado fica muito abaixo da média do ano que corresponde a 73,2%.
O percentual de consumidores que têm dívidas em atraso também recuou de 45,3% para 32,8%, no respectivo período. Também esse resultado ficou aquém da média obtida no ano de 42,4%. Já a taxa de inadimplência aumentou de 3,5%, em julho, para 6,6%, em agosto deste ano.
Segundo o consultor da Fecomércio e professor de economia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Fábio Guedes, esses indicadores apontam para o bom momento da economia alagoana no que diz respeito às relações de consumo. “A queda da taxa de endividamento, por exemplo, pode ser um indicativo de que a expansão do crédito tem melhorado a situação dos consumidores em cumprir suas obrigações com dívidas. E isso é comprovado justamente pelo recuo do percentual de consumidores com dívidas em atraso”, explicou.
O fato de a taxa de inadimplência ter aumentado não significa algo ruim. De acordo com o especialista, isso pode denotar um comportamento do consumidor em assumir maiores riscos diante das expectativas favoráveis do crescimento do emprego, da renda e da expansão do crédito.
Conforme a pesquisa, os bens de consumo que mais contribuem para ampliar a capacidade de endividamento são alimentos (32,7%), imóveis e residências (21,2%), veículos (14,9%) e tratamento de saúde (14,6%).
As formas de pagamentos mais utilizadas na aquisição de dívidas são cartões de crédito (53,6%), empréstimos pessoais (15,6%), financiamentos (14,5%) e cartões e carnês das grandes redes de comércio varejista (11,3%).
Em relação às dívidas atrasadas, a pesquisa consta que os consumidores geralmente deixam de cumprir suas obrigações financeiras em dia em razão da falta de controle financeiro (33,8%), gastos inesperados (27,6%) e quando ficam desempregados (23,7%).
A maioria dos consumidores assume dívidas com prazos entre três meses a um ano (39,2%). Já acima de um ano, 36,9% dos consumidores têm dívidas.