Uma partida de futebol entre dois times amadores de cidades vizinhas terminou de forma trágica, na tarde do último domingo, no Município de Barreira (74Km de Fortaleza). Durante um tumulto gerado após a marcação de uma falta no segundo tempo da partida entre os times do Boa-Fé (de Redenção) e Cajueiro (de Barreira), o juiz da partida sacou uma faca e matou um dos jogadores do Boa-Fé. Outro atleta, irmão do morto, também foi ferido.
Até a noite de ontem, o juiz acusado do crime, identificado como Francisco Édio Gregório Chaves, permanecia foragido, muito embora, a Polícia Militar tenha feito várias diligências na tentativa de capturá-lo.
Briga
O jogador assassinado era o vigilante José Ramos da Silva, 35, natural de Redenção e que, nas horas vagas, atuava como jogador do Boa-Fé. O irmão dele, Francisco das Chagas Gomes da Silva, foi esfaqueado nas costas pelo árbitro e está internado em estado grave no Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro), nesta Capital, depois de ser atendido no hospital de Barreira.
Segundo apurou a Polícia, a confusão entre os jogadores do Boa-Fé e o juiz Francisco Édio começou depois que ele marcou uma falta perigosa, que daria perigo de gol.
Testemunhas afirmaram para a Polícia que o jogador Francisco das Chagas teria dado um chute no juiz, e este caiu mas logo conseguiu levantar-se e partir em direção ao agressor. Vendo que seu irmão poderia ser agredido pelo juiz, José Ramos tentou impedi-lo e acabou sendo surpreendido. O árbitro apitava o jogo armado. Ele sacou a faca e desferiu um golpe no peito de José Ramos, que teve morte instantânea.
Esfaqueado
O juiz ainda perseguiu o outro atleta e conseguiu esfaqueá-lo pelas costas. Como não havia policiamento no local onde ocorria a partida, no Campo do Coqueiro, na Zona Rural de Barreira, o homicida conseguiu escapar diante de várias testemunhas do assassinato.
"De madrugada, fizemos uma campana na casa dele, na tentativa de capturá-lo. Mas ele não apareceu. Depois recebemos outras informações e continuamos nas diligências. Ainda não paramos de procurá-lo", contou à Reportagem o soldado PM, do destacamento policial de Barreira.
Segundo as informações colhidas pela Polícia, e confirmadas à Reportagem, o juiz acusado do crime não pertence à Liga de Futebol de Redenção nem à de Barreira. Mas, como tem noções de arbitragem, sempre era chamado para apitar partidas amistosas. A Polícia Civil já instaurou inquérito sobre o fato.
FERNANDO RIBEIRO/IVAN BEZERRA
EDITOR DE POLÍCIA/REPÓRTER DO JOGADA