Polícia prende falso médico no Rio de Janeiro

Foto Gustavo Pellizzon / Agência O GloboO estudante Silvino da Silva Magalhães, foi preso em flagrante enquanto atendia pacientes no Hospital de Clinicas de Belford Roxo

O estudante Silvino da Silva Magalhães, foi preso em flagrante enquanto atendia pacientes no Hospital de Clinicas de Belford Roxo

Vera Araujo

RIO – Uma equipe da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública (DRCCSP) prendeu em flagrante neste domingo o estudante do 9º período da Unig, Silvino da Silva Magalhães, de 40 anos. Ele foi flagrado trabalhando como ginecologista no Hospital das Clínicas de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Pela manhã ele atendeu quatro de pessoas – uma delas era policial disfarçada de paciente. Segundo o titular da DRCCSP, Fábio Cardoso, Silvino, além de usar um carimbo com o nome dele, o universitário tinha, na própria maleta, o carimbo do dono da clínica, o médico Deodalto José Fereira, irmão de um político da região, Dr. Flávio, candidato a deputado estadual (PR).

De acordo com o delegado, o Hospital das Clínicas de Belford Roxo era conveniado ao SUS. Cardoso contou que o estudante alegou estar sendo supervisionado, mas não havia médicos no hospital no momento do flagrante. Testemunhas ouvidas pelo delegado disseram que um boliviano, que também se passava por médico, estaria atendendo na clínica, mas ele fugiu ao perceber a presença da polícia. O delegado desconfia que ele seja um dos médicos oriundos de países da América do Sul que vêm trabalhar dando consultas no Brasil, embora não estejam legalizados no Conselho Regional de Medicina. Também foram encontrados com o falso médico receitas assinadas e carimbadas por outros profissionais e ainda um receituário especial de cor azul, autorizando a compra de remédios controlados

No último domingo, O GLOBO denunciou que hospitais, médicos e cooperativas contratavam estudantes de medicina para atuarem como profissionais, para fugir principalmente dos plantões de fim de semana. Eles pagam, em média, de R$ 200 a R$ 1 mil aos estudantes. O caso veio à tona depois da morte, no mês passado, da menina Joanna Marcenal, de 5 anos, atendida por um estudante do 4º período de medicina. O falso médico Alex Sandro Cunha chegou a prescrever remédios controlados para Joanna. O delegado Fábio Cardoso informou que Silvino Magalhães responderá pelos crimes de exercício ilegal da medicina, uso e falsificação de documentos.

extraonline.com.br

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