A polícia de Americana, cidade a 125 km de São Paulo, investiga as causas de um acidente entre um ônibus e um trem que deixou nove mortos na madrugada desta quinta-feira (9). As hipóteses da investigação são: pode ter ocorrido uma falha no equipamento de sinalização, falha humana, ou então desrespeito do motorista à sinalização.
O vigia que estava na guarita do trem, segundo o coordenador da empresa responsável, disse que a sinalização foi correta. Já o motorista, que sobreviveu, mas teve fraturas e escoriações, disse que não tinha ninguém no local e que não houve sinalização.
Por causa do acidente que ocorreu no final da noite de quarta-feira, nove pessoas já morreram. De acordo com a polícia, sete pessoas morreram na hora, no local do acidente, e as outras duas no hospital Municipal Waldemar Tebaldi.
A PM revelou que o choque aconteceu por volta das 23h30, em uma passagem de nível entre a rua Carioba e a avenida Doutor Antônio Lobo, no centro da cidade.
Um morador que vive há três quadras de onde ocorreu o acidente, disse que a linha do trem não possui cancelas, mas uma campainha que avisa a passagem do veículo. Por volta das 23h, segundo ele, o guarda responsável pela passagem pelo trilho avisou ao motorista para que parasse, acenando com as mãos e no meio da rua. Nessa hora, o condutor seguiu, pensando que o trem não estaria em movimento, pois a campainha só para te tocar com acionamento de segurança e é normal ela continuar tocando com veículo já parado. Segundo o morador, nesse momento ocorreu o acidente.
O morador também contou que já houve outro acidente com ônibus da mesma companhia nas mesmas circunstâncias.
Dezoito pessoas atendidas
Na área, há um terminal de ônibus e uma cancela para controlar o trânsito, com sinalização visual e sonora. Foi neste local que o trem atingiu o ônibus, arrastando-o por uma distância entre 100 m e 200 m.
O coletivo ficou completamente destruído, e o trem, danificado, não descarrilou. O Hospital Municipal Waldemar Tebaldi informou ao R7 que pelo menos 18 pessoas foram atendidas por médicos da unidade, todas envolvidas no acidente. Duas morreram logo ao chegarem e cerca de cinco já foram liberadas. Entre as que ficaram, quatro estão sendo preparadas para cirurgias e seis estão em observação, nenhuma em estado grave.
Vítimas em ferragens
Seis viaturas do Corpo de Bombeiros – cinco de Americana e uma de Santa Bárbara D’Oeste – e um efetivo de 20 homens participaram dos trabalhos de resgate, segundo a corporação.
Carros e agentes da PM e da Guarda Municipal, além de ambulâncias, ajudaram nas ações de retirada das vítimas das ferragens.
A equipes agora se concentram em tirar o ônibus e liberar a linha férrea e a rua Carioba. Não há previsão para quando elas estarão totalmente liberadas. Policiais civis e uma equipe de perícia também já estão no local para investigar as causas do acidente.