Fluminense vacila no fim, é castigado e perde de virada para o Atlético-GO
Tricolor sai na frente no primeiro tempo, permite o empate, pressiona na etapa final com um jogador a mais, mas é derrotado no Serra Dourada: 2 a 1
o jogo escalações Foram dois dias de turbulência no Fluminense. De discussão pública entre o atacante Fred e o coordenador médico Michael Simoni, que pediu demissão. De clima tenso no vestiário das Laranjeiras entre o goleiro titular Fernando Henrique e o reserva Rafael. Não dá para dizer que a crise entrou em campo, já que o time não jogou mal, mas a vitória não veio. Neste sábado, o líder do Brasileirão foi derrotado pelo Atlético-GO, no Serra Dourada, de virada, por 2 a 1, na 21ª rodada. O resultado mantém os cariocas com 41 pontos, três a mais que o Corinthians, derrotado pelo Grêmio no Pacaembu.
O Dragão ganha fôlego e assume o 17º lugar, com 20 pontos. Continua ameaçado pelo rebaixamento, mas está a três do Flamengo, primeiro fora do Z-4.
As duas equipes voltam a jogar na próxima quarta-feira. O Fluminense enfrenta o Corinthians, no Engenhão, às 22h. Líder e vice-líder farão um jogo com cara de decisão. O Atlético-GO será visitante na 22ª rodada. Enfrenta o Santos, na Vila Belmiro, às 19h30m.
Trinca do Flu aparece, mas Dragão responde
No esquema 3-6-1 do Fluminense de Muricy Ramalho, não há espaço para dois volantes fixos. Sem Fernando Bob, supenso, o técnico optou por escalar Julio Cesar na função, e Carlinhos assumiu a ala esquerda. A nova formação demorou a funcionar, assim como toda a equipe tricolor, assim como o Atlético-GO inteirinho. Foram 20 minutos monótonos. Supermarcação, aplicação tática e erros de passe de sobra.
Feliz é o torcedor do Fluminense, que pode ter Deco, Darío Conca e Washington. A trinca ofensiva do líder do Brasileirão vive dias muito felizes. Consegue se achar ainda que os espaços no campo sejam mínimos. E fica tudo mais fácil se Deco gastar a bola como fez no primeiro tempo em Goiânia. Cabeça sempre erguida, passes de primeira e precisos. Foi assim que ele começou a construir o gol tricolor, aos 22. Pela direita, fez lançamento para Conca dentro da área. Com um único toque, o argentino bom de bola tirou do goleiro Márcio e deixou Washington de frente para o gol. O Coração Valente só completou. Nono dele na competição, artilheiro ao lado de Bruno César (Corinthians) e Elias (Atlético-GO). Décima quarta assistência de um impressionante Conca, líder disparado do quesito no Nacional. O gol fez o jogo começar. Deco para Conca, Conca para Washington, Washington nas mãos de Márcio. Tudo de primeira, e o goleirão tirou com a ponta dos dedos.
René Simões também escalou só um atacante. O estreante Josiel, ex-Flamengo, mexeu mais nos cabelos do que tocou na bola. Elias não. Quando o Fluminense era melhor, o camisa 10 deu as caras e achou William na entrada da área. Sem tocar na bola, o meia fugiu do cerco frágil de Julio Cesar e Valencia e bateu cruzado para empatar, aos 29.
O vacilo defensivo fez o trio de ataque do Flu reaparecer. Numa cobrança de falta da entrada da área, Deco ajeitou para cobrar. Conca chegou e também namorou a bola. Mas foi Washington quem bateu. Ela viajou, sem escalas, mas errou o pouso e parou no travessão de Márcio. A segunda na trave foi de Gum, aos 38. Deco recebeu passe na entrada da área e deu um lindo toque de letra para o zagueiro. Coisa de cinema. O chute cruzado parou no poste. Em resposta imediata do Dragão, Fernando Henrique pegou.
Pressão tricolor termina em vitória rubro-negra
Josiel. A torcida do Flamengo lembra bem dele e não sente a menor falta dos tempos de gols perdidos, entre 2008 e 2009. Os torcedores do Paraná têm saudade. Em 2007, ele fez 20 e foi goleador do Brasileirão. Contra o Fluminense, lembrou a época em que esteve na Gávea. Robston invadiu a área pela direita e bateu cruzado. O camisa 99 até chegou na bola, de carrinho, mas a jogou por cima do gol vazio. Saiu pouco depois para a entrada de Diogo.
O rendimento do Fluminense caiu, apesar de o volume tricolor ser bem maior. Em mais uma chance de Washington, o zagueiro Daniel Marques se enrolou com o goleiro Márcio, a bola sobrou para o atacante, mas o camisa 1 conseguiu se recuperar. O Dragão preferiu os contra-ataques, e Muricy Ramalho decidiu mudar. Julio Cesar não rendeu bem no meio e deu lugar a Belletti. No primeiro lance do pentacampeão, um chute no cantinho que Márcio pegou.
O Atlético já estava atrás e teve de se encolher quando o zagueiro Gilson foi expulso após receber o segundo amarelo, aos 29 minutos. Muricy mudou o time outra vez. Tirou o zagueiro André Luis e colocou o meia Marquinho. Com mais força ofensiva, o Tricolor se lançou em busca da vitória, mas com um paredão para derrubar. O time tentou por cima, pelo meio, pelas pontas, com chutes de longe. Falhou na pontaria e esbarrou no goleiro Márcio.
O empate parecia persistente, mas não chegaria ao apito final. Aos 46, num contra-ataque mortal, Anaílson lançou Diogo na área, o atacante cruzou para trás e achou Juninho, livre de marcação. O chute venceu Fernando Henrique, que saíra do gol para fechar o ângulo. Nem o céu para o Flu, nem o inferno para o Dragão.
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