Mais uma rodada de discussões com os candidatos ao Senado Federal foi realizada na tarde desta terça-feira, 14, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Alagoas. Mais quatro candidatos foram chamados a debater os principais enfoques da reforma política nacional. Álvaro Vasconcelos (PTB), Paulo Nunes (PRTB) José Costa (PPS), e Heloísa Helena (PSOL), foram submetidos a uma sabatina, de 40 minutos, mediada pelo conselheiro Federal da OAB, Paulo Brêda.
O primeiro a ser sabatinado foi o candidato do PTB, empresário Álvaro Vasconcelos. Questionado sobre os partidos nanicos e sua limitação prevista na reforma política, Vasconcelos foi breve, mas se mostrou favorável.
O mesmo posicionamento foi defendido pelo segundo candidato sabatinado, Paulo Nunes (PRTB). “Defendo a existência dos pequenos porque da forma como é feito política no Brasil, os pequenos terão representatividade”.
Voto Distrital
Sobre a mudança do voto proporcional para o distrital, ou distrital-misto, Álvaro Vasconcelos acredita na necessidade de ampliar a discussão sobre o assunto. Já Paulo Nunes afirmou que é favorável ao voto distrital-misto. Ele defende que um terço seja aberto ao Estado e dois terços destinados ao voto distrital-misto. “Desta forma o eleitor poderá conhecer de perto seus candidatos”, alega Nunes.
Lista Fechada
Quanto à lista fechada, o candidato Paulo Nunes se mostrou contrário. Ele afirma que os partidos em Alagoas têm dono e se uma lista é fechada “corre-se o risco de haver partidos familiares, apenas com nomes de pais, filhos e netos”. O postulante defende a proporcionalidade, mas com ressalva em relação à lista fechada.
Paulo Nunes criticou a disparidade do Guia Eleitoral. “Tenho só 30 segundos e os caras fazem carreata, poema, música e mostram gibis. O horário eleitoral deve existir, mas é preciso corrigir esses erros para não penalizar ninguém”, alfinetou.
Para o candidato do PRTB, o voto deve ser opcional e não obrigatório e polemiza: “não é correta a participação de analfabetos”, o candidato afirma que se deve discutir a qualidade dos eleitores.
Reeleição
O candidato Álvaro Vasconcelos é contrário à reeleição no Executivo. Para ele “o governante exerce bem o primeiro mandato, mas no segundo ele se esquece de governar”.
Paulo Nunes também se disse contrário à reeleição, mas defendo o aumento do tempo de mandato, de quatro para cinco anos.
Financiamento
Questionados sobre financiamento público de campanha, Vasconcelos e Nunes foram unânimes. São favoráveis porque beneficia todo tipo de candidato. “O financiamento de campanha diminui a desigualdade entre os políticos”, disse Vasconcelos.
“O financiamento é uma forma de o pequeno chegar ao eleitorado e mostrar suas propostas. No nosso país a campanha é desigual”, ressalta Nunes.
Paulo Nunes defendeu o fim dos suplentes e vice para os cargos. Para ele esses cargos são figurativos e precisam ser ocupados pelos candidatos que ficaram em segundo lugar nas eleições. “Suplente de senador é uma aberração desnecessária. Não vai fazer falta sua retirada”.
O candidato também criticou a polêmica imunidade parlamentar. Ele classifica como uma forma de os maus políticos se livrarem dos crimes. “Todos têm que responder pelo que se fala. A imunidade só dá amparo a quem quer roubar e matar”.
Exame da OAB
A OAB questionou os candidatos sobre suas opiniões acerca da proposta de extinção do Exame de Ordem, que tramita no Senado Federal. Tanto Álvaro Vasconcelos quanto Paulo Nunes, defenderam a manutenção do certame e assinaram um termo de compromisso com a entidade, caso sejam eleitos.
“É preciso, todavia, que o MEC tenha mais rigor na qualidade do ensino superior no nosso país”, finaliza Paulo Nunes.