Integrantes de milícia protagonizam filmes de violência policial

Leonardo Francisco da Silva, 24, o 'Léo', protagoniza um filme de curta-metragem que já sucesso no You Tube, o Força Delta.

Reprodução/You TubeForça Delta

Força Delta

Integrantes da suposta milícia que age na região da Serraria e Benedito Bentes, presos na última quinta-feira, 23, acusados de envolvimento na chacina que vitimou quatro jovens em agosto deste ano, podem se complicar ainda mais com a Justiça. O vigilante Leonardo Francisco da Silva, 24, o ‘Léo’, que trabalharia para o capitão PM Paulo Eugênio Freitas Santos, 44 anos, aparece em um filme de curta-metragem que é sucesso no You Tube, o Força Delta.

A produção local, dirigida e protagonizada por Leonardo Francisco, contou com o apoio do grupo teatral “Amor Perfeito”, do Benedito Bentes, e da Secretaria de Defesa Social (Seds), que cedeu armas, viaturas e até fardamento do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) para as filmagens.

O filme conta a saga de um grupo de Operações Especiais denominado Força Delta que vivencia situações de combate à criminalidade em uma das cidades mais violentas do país, Maceió. Os militares ostentam armamento pesado (metralhadoras, fuzis, pistolas) para combater usuários de drogas e assaltantes em cenários reais, favelas e comunidades pobres do Benedito Bentes.

O curta, uma espécie de ‘Tropa de Elite’ alagoano, tem pouco mais de 10 minutos de pura ação, com direito à humilhação de bandidos, perseguição, tiroteio, morte e sangue. Para dar mais veracidade ao filme, alguns policiais militares aceitaram compor o elenco.

A proposta do filme, conforme abertura no You Tube, é mostrar a realidade das comunidades mais carentes de Maceió. Essa foi também a justificativa apresentada pelos idealizadores para conseguir apoio da Seds. Em entrevista à Gazeta de Alagoas, o secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, afirma que foi consultado pelo Bope e autorizou as filmagens porque a proposta era auxiliar no trabalho do Movimento pela Paz, dirigido pelo capitão Eugênio.

Após a divulgação do curta no You Tube e a consequente repercussão, o secretário Paulo Rubim afirmou que tomará providências no sentido de punir os responsáveis já que não teria autorizado os equipamentos para tais fins. O promotor Flávio Gomes vai investigar o caso.

Outros dois curtas-metragens já estão em fase de finalização. Ao todo, o grupo já tem dois curtas, comercializados no Complexo Benedito Bentes, e mais dois devem ser lançados.

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