A dentista Ingrid Oliveira, 24, noiva há um ano do ex-goleiro Bruno, afirma que ele estaria sendo alvo de ameaças e chantagem por parte do próprio advogado, Ércio Quaresma.
Ingrid diz que vinha aconselhando o ex-goleiro a trocar de defensor, mas o advogado, segundo ela, se recusou a deixar o caso. E teria passado a ameaçar Ingrid, que relata trechos em que foi ameaçada.
“Você é a pedra no meu sapato, então se você tem amor a sua vida eu quero que você saia do meu caminho”, afirmou Ingrid, que diz que recebeu mais ameaças do advogado depois desse episódio.
“Na semana passada eu estava no meu consultório trabalhando e apareceu um rapaz para falar comigo no meio do meu expediente, (…) a mando do advogado (…). Para eu não procurar mais o Bruno, que eu não fosse mais visitar o Bruno. Que era risco de vida mesmo”, diz a dentista.
As acusações reforçam as denúncias feitas esta semana pela avó de Bruno, Estela de Souza, que afirmou que Quaresma disse que vai matar a família de Bruno caso deixe o caso.
Na ocasião, o advogado alegou que s problemas estão ocorrendo por causa da falta dinheiro. Segundo ele, não há mais recursos do goleiro para repassar à família.
Para ela, a razão das ameaças seria a cobiça do advogado pelo dinheiro do ex-jogador do Flamengo.
“No início, eu lembro que o Bruno falou comigo que ele (o advogado) cobrou um certo valor, foi R$ 120 mil em 6 vezes. E depois ele já pegou mais de R$ 220 mil e disse que era só pra começar”.
Suicídio e desvio de dinheiro
Segundo Ingrid, Bruno tentou suicídio pelo menos duas vezes na cadeia por sugestão de Quaresma. “Ele falou que teria sido orientado pelo advogado a cortar os pulsos pra ver se ele conseguiria algum tipo de regalia”.
A noiva do ex-goleiro explica porque não procurou a polícia para denunciar as supostas ameaças. “Eu sinceramente, quando vi a primeira vez não senti medo dele, então eu queria ver se ele era realmente tudo que ele dizia ser”. Ela diz que pretende procurar a polícia.
Vítor de Almeida Carvalho, amigo de Bruno e que já foi procurador do goleiro, diz que também já foi ameaçado por Quaresma e afirma que houve transferências de dinheiro da conta de Bruno direto para a conta da mulher do advogado.
“Lembro os valores, os valores foram R$ 104 mil, a primeira, R$ 25 mil a segunda e R$ 90 mil a terceira, que era uma previdência que o Macarrão tinha feito pro bruno onde era descontado R$ 30 mil do salário dele”, diz Vitor.
De acordo com Vítor, o dinheiro não tem chegado à família de Bruno. “Eu tenho dado assistência à família. Já que o advogado não dá, a gente como amigo tem que dar”, diz.
A avó, que criou Bruno, diz que o dinheiro era destinado à família. "O Quaresma não deu a ninguém esse dinheiro", afirmou.
Vítor pretende pedir proteção contra represálias. “Vou pedir à polícia proteção, tanto pra mim, quanto para a Ingrid, quanto para Lídia também. E vou fazer um boletim pra que se amanhã eu tropece na calçada ali fora a gente já sabe quem é o culpado”, diz.
‘Fui usada pra transferir dinheiro’
Lídia de Sá Mendes diz que é amiga de Bruno e queria ajudá-lo. Para isso, prestou serviços ao advogado Quaresma de julho até começo deste mês, como uma espécie de faz-tudo. Ela diz que cuidava pessoalmente da transferência do dinheiro do ex- goleiro direto para a conta da mulher do advogado Ércio Quaresma.
“E eu tava sendo usada para transferir o dinheiro do Bruno para o Quaresma sem saber que eu estava prejudicando o Bruno. Entendeu? Mas isso eu só fui saber bem depois”, diz Lídia. “R$ 25 mil primeiro, dia seguinte 7h da noite entrou a previdência, que era no valor de R$ 90 mil”, afirma sobre os valores transferidos.
Uma carta escrita por bruno para a avó e obtida com exclusividade pela reportagem do “Fantástico” mostra que Bruno queria trocar de advogado, mas teria desistido. A avó do atleta sugere uma explicação para isso.
“Alguém estava ameaçando ele lá dentro, que ele não queria trocar os advogados, né. Ele falou que não podia falar, né.”, afirmou.
Quaresma nega acusações
Procurado pela reportagem, Quaresma não foi localizado e não retornou as ligações. Durante a semana passada, porém, o advogado chegou a se defender das acusações. "O que eu recebi do Bruno, da conta bancária dele, da quel eu e minha mulher somos os únicos procuradores, não paga 5% dos honorários que eu cobrei dele", disse.