O resgate dos 33 mineiros (32 chilenos e um boliviano) presos em uma mina no Chile desde agosto deve ser iniciado às 20h desta terça-feira (12), segundo a imprensa local. A informação não foi confirmada oficialmente e diz que o início da operação deve ocorrer quatro horas antes do que era previsto anteriormente.
Na tarde de segunda-feira (11), o ministro da Mineração do país, Laurence Golborne, havia confirmado o início da retirada para a 0h de quarta-feira. Segundo o congressista chileno Carlos Vilches, o resgate deve mesmo começar às 20h. "Está dentro do planejamento que, se os passos, se as etapas se adiantarem, o prazo poderá ser antecipado. Isso já aconteceu e podemos dizer com bastante certeza que hoje, às 20 horas, se inicia o resgate", afirmou Vilches, deputado da região do Atacama, onde fica a mina de San José, em entrevista à agência de notícias France Presse.
A informação da antecipação também é o tema das conversas no acampamento Esperança nesta manhã, que acordou com um frio menos intenso e muita expectativa e tensão. Os mineiros estão presos desde 5 de agosto após um deslizamento de terra na mina
Acredita-se que cerca de 18h o presidente chileno, Sebastián Piñera, deve chegar à mina San José, acompanhado do colega boliviano, Evo Morales.
Especulações na região da mina também falam de uma suposta lista com a ordem em que os 33 mineiros vão ser retirados da mina. A notícia de uma possivel lista chegou a ser divulgada pela mídia local, com o nome do chefe de turno Luis Urzúa como sendo o último a sair. Esta informação também não foi confirmada pelo governo.
O governo do Chile desenvolveu um complexo plano para receber na superfície os 33 mineiros que vão começar a ser resgatados. A estrutura inclui a mobilização de helicópteros militares, de equipes de emergência, médicos e paramédicos.
Socorristas na mina
Um socorrista mineiro será o primeiro a descer até o fundo da mina, seguido de um enfermeiro, de outro socorrista mineiro e de outro enfermeiro, para ajudar os mineiros em seu processo de saída para a superfície. Eles permanecerão sob a terra até que o último mineiro tenha sido retirado.
Retirada
Os 33 mineiros serão içados para a superfície em uma cápsula de 4 metros de altura e 450 quilos dotada de tubos de oxigênio, equipamento de comunicação e de um sistema de aferição dos sinais vitais de alta tecnologia. Os mineiros receberão roupas feitas de material especial, luvas, água e óculos escuros para que não sofram danos oculares depois de tanto tempo na escuridão.
A subida durará cerca de 15 minutos, e o tempo estimado entre um mineiro e outro será de uma hora, o que fará com que o tempo total de resgate seja de cerca de 36 horas.
Ordem de resgate
Foram identificados quatro mineiros considerados mais hábeis, e deles, o que se apresentar como voluntário subirá primeiro. Terá de ser um mineiro com capacidade para resolver qualquer problema durante a subida. Depois dos hábeis, subirão os frágeis, entre os quais estão os mais pesados, o mineiro que sofre de diabetes e outro que sofre de problemas respiratórios, enquanto que os últimos a sair serão os mais fortes, capazes de seguir colaborando e controlando a ansiedade da espera.
Atendimento médico
Cada mineiro que for saindo será recebido por médicos e paramédicos da Corporação Nacional do Cobre (Codelco) e da Marinha, que fornecerão assistência médica rápida em uma tenda instalada logo ao lado da saída do buraco.
Nessa primeira avaliação, serão feitas perguntas simples, como se estão com muita dor, e serão feitos testes de lucidez.
Depois, serão levados para uma área de estabilização a poucos metros dali. Eles passarão pelo menos duas horas nesse local, onde receberão soro, algumas vitaminas e antibióticos, e iniciarão a avaliação psicológica presencial. Serão atendidos por três médicos e por um psicólogo.
Reencontro com a família
Depois de verificar que o mineiro está em boas condições físicas, este será levado a um módulo especial isolado, a poucos metros da tenda médica. Neste local poderá se reunir com dois ou três parentes.
Hospital
Depois, serão levados de ambulância para um heliporto na mesma mina e levados em helicópteros militares para uma base militar (em um trajeto de cerca de 12 minutos) e de lá percorrerão em uma ambulância cerca de 300 metros em direção a um hospital estatal da cidade de Copiapó. Eles passarão pelo menos 48 horas no local para uma revisão mais exaustiva.
Se existir neblina -habitual no deserto do Atacama- alguns mineiros poderão ser isolados.