Por Gustavo Rotstein
Sete Lagoas, MG
Apesar de ocuparem pontas distintas da tabela, Atlético-MG e Botafogo entraram em campo sem o direito de errar para cumprir seus objetivos. E em um dia em que o Galo abusou dos erros nos chutes a gol, o time carioca foi mais eficiente e venceu por 2 a 0 neste sábado, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Enquanto o time de Joel Santana está mais vivo do que nunca na luta por uma vaga na Libertadores e também segue com chance de título, o de Dorival Júnior voltou a sofrer ao retornar ao Z-4. Na 33ª rodada, o Atlético-MG, que caiu para o 17º lugar, com 34 pontos, tem o confronto direto contra o Guarani, em Campinas, na próxima quarta-feira. No mesmo dia, o Botafogo, que subiu para a quarta posição, com 51 pontos, recebe o Atlético-GO, no Engenhão.
O resultado positivo do Vitória por 4 a 2 sobre o Vasco no jogo das 16h fez o Atlético já entrar em campo na zona de rebaixamento. Ao mesmo tempo que a margem de erro diminuiu, o ímpeto aumentou, fazendo a equipe iniciar a partida pressionando o Botafogo. O trio Diego Souza, Tardelli e Obina se aproveitou da falta de organização da defesa adversária para trocar passes em velocidade. Mas as conclusões não saíam com qualidade.
Ainda perdido atrás, o Botafogo não conseguia se articular para criar jogadas ofensivas. Jobson tentava o drible e a velocidade para vencer a marcação, enquanto Loco Abreu se limitava a escorar as bolas que vinham pelo alto. Lucio Flavio, bem marcado, não conseguia fazer a ligação com eficiência, embora o time carioca conseguisse segurar a pressão.
Muito disso era por conta da marcação individual de Marcelo Mattos a Diego Souza. Fahel acompanhava Renan Oliveira de perto, e Tardelli tentava vencer a pressão de Leandro Guerreiro. Mesmo assim, era o Atlético quem buscava o ataque, apostando também nos laterais Rafael Cruz e Leandro.
Ao fim de um primeiro tempo nervoso, principalmente pela confusa atuação da arbitragem, as duas equipes chegaram poucas vezes com perigo. O time da casa se deixava levar pela necessidade de escapar da zona de rebaixamento, enquanto o visitante preferia investir na marcação ao atacar e ser ameaçado.
O Atlético voltou para o segundo tempo dando um passo à frente no campo. A equipe passou a pressionar a saída de bola do Botafogo e, assim, garantindo um domínio ainda maior da partida. Além disso, passou a chutar mais a gol. Enquanto isso, o Botafogo se limitava a dar chutões para a frente, torcendo para que Jobson conseguisse vencer a marcação com sua habilidade.
Mas para o Galo, quantidade não era qualidade. O segundo tempo foi cheio de gols desperdiçados. Tardelli perdeu duas boas chances, uma das quais colocando a bola no travessão de Jefferson. Obina também perdeu uma oportunidade em que preferiu arriscar a tocar para o companheiro de ataque, que vinha melhor posicionado. Ao Botafogo restavam os contra-ataques, e num deles, Loco Abreu chutou para fora com o gol aberto.
Mas enquanto o Atlético abusava das chances perdidas, o Botafogo aproveitava as raras chances. E foi apostando num contra-ataque que o Alvinegro carioca abriu o placar, aos 30 minutos. Loco Abreu recebeu, avançou sem marcação e, frente a frente com Renan Ribeiro, não foi egoísta. O uruguaio rolou para o meio da área e achou Edno, que tocou para fazer 1 a 0.
O Botafogo passou a se fechar ainda mais na defesa e, aproveitando o desespero do Atlético, que partiu para cima, sacramentou a vitória aos 45 minutos. Loco Abreu recebeu novamente livre e dessa vez tocou com categoria para fazer 2 a 0.
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