Nesta segunda-feira (15), o Brasil comemora 121 anos da proclamação da República, que derrubou a monarquia do Império do Brasil, pondo fim à soberania do imperador Dom Pedro II. A Proclamação ocorreu no Rio de Janeiro, então capital do Império, na Praça da Aclamação, hoje Praça da República, quando um grupo de militares do Exército, liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca, deu um golpe de estado, sem o uso de violência, depondo o Imperador do Brasil e o presidente do Conselho de Ministros do Império, o visconde de Ouro Preto.
No mesmo dia, foi instituído um governo provisório republicano. Faziam parte desse governo, o marechal Deodoro da Fonseca como presidente da República e chefe do Governo Provisório, e o marechal Floriano Peixoto, como vice-presidente, além dos ministros Benjamin Constant, Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Campos Sales, Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro e o almirante Eduardo Wandenkolk.
Em Maceió, vários símbolos lembram que o Estado foi o berço da República e, portanto, exerceu grande papel no movimento que substituiu a monarquia. Foi em Alagoas que nasceram os dois primeiros presidentes do novo regime político do país: Deodoro da Fonseca, o proclamador da República e primeiro presidente, e Floriano Peixoto, o consolidador.
Do proclamador, há a Praça Deodoro, o Teatro Deodoro, o Museu da República e várias esculturas, pinturas e quadros, além de alguns objetos pessoais, como pequenas peças que podem ser encontradas no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas.
Isso sem falar, é claro, na vizinha cidade de Marechal Deodoro, onde nasceu o primeiro presidente do Brasil. Na cidade, que foi tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, existe, por exemplo, a Casa de Deodoro. “Infelizmente, não há, no local, acervo representativo, pois muitas das peças pessoais encontram-se no Museu-Casa de Deodoro da Fonseca – também conhecido como Museu do Exército – que fica no Rio de Janeiro”, lamenta a museóloga Carmem Lúcia Dantas.
Ela ressalta, contudo, que na casa onde nasceu Deodoro há algumas poucas peças consideradas relevantes, como uma escultura de Rosa da Fonseca (mãe do proclamador) e um quadro com a imagem dos filhos dela, incluindo o marechal, e o também famoso Hermann da Fonseca.
Em relação a Floriano Peixoto, os símbolos que remetem ao segundo presidente da República também são vários. O primeiro deles é o Museu Palácio Floriano Peixoto, a Praça Floriano Peixoto (conhecida também como Praça dos Martírios), além de esculturas, pinturas e quadros.
No entanto, as maiores homenagens ao “Marechal de Ferro”, como era conhecido, estão no Alto de Ipioca. “Lá, assim que chegamos, percebemos a atmosfera, a energia floriana”, ressaltou Carmem Lúcia Dantas.
Ela faz questão de frisar que o legado deixado por esses dois alagoanos ilustres não fica restrito à parte material. Os exemplos estão em todas as partes e atingem todas as camadas sociais.
“Deodoro valeu pela atitude de precursor. Foi ele quem acabou com a monarquia e instalou a república. Já Floriano foi a pessoa que manteve o regime republicano, mesmo que para isso tivesse que tomar medidas impopulares para que o sistema administrativo fosse mantido. Não é à toa que ficou conhecido como Marechal de Ferro”, lembrou a museóloga.
Para ela, os dois marechais foram exemplos emblemáticos de ideia, atitude, persistência, criatividade e decisão. “São características presentes, também, em personalidades como Zumbi dos Palmares, Calabar e, mais recentemente, Teotônio Vilela, que, na história moderna brasileira, foi considerado um expoente pela luta libertária”, disse, referindo-se ao Movimento das Diretas Já.