Durante um evento, na manhã desta quinta-feira, dia 6, o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), comentou as movimentações na Câmara Municipal de Maceió – entre os opositores – para instalação da Comissão Especial de Investigação (CEI) contra ele. O prefeito responde a uma ação do Ministério Público Estadual, em que ele teria participado de um esquema que teria fraudado a licitação para coleta de lixo na capital alagoana.
Ontem, a oposição conseguiu mais uma assinatura para instalação da comissão. Anteriormente, assinavam Heloísa Helena (PSOL), Ricardo Barbosa (PSOL), Paulo Corintho (PDT), Amilka Mello (PDT), Silvania Barbosa (PTdoB). O vereador Luiz Pedro (PMN) – que fazia parte da bancada governista – aderiu ao bloco opositor para solicitar que a Câmara Municipal investigue o chefe do Executivo municipal.
Agora, para que a CEI seja de fato instalada, falta apenas uma assinatura. A Comissão – conforme a vereadora Heloísa Helena (PSOL) – caso comprove as irregularidades, pode abrir processo por crime de responsabilidade fiscal e em caso extremo até pedir a cassação do prefeito de Maceió. O esquema do lixo teria causado um prejuízo – conforme as denúncias – de R$ 200 milhões aos cofres públicos.
Almeida se disse “surpreso” com a atitude de Luiz Pedro. O prefeito destacou ainda que não exerce qualquer tipo de ingerência em relação à Comissão Especial de Investigação. “Não conversei com qualquer vereador da bancada sobre isto. O Executivo só tem tratado, por meio dos técnicos, as questões relativas ao duodécimo da Câmara Municipal e a aprovação da peça orçamentária”, destacou Cícero Almeida.
De acordo com ele, a oposição cumpre o papel dela. “Não temo a nenhuma Comissão Especial de Investigação. Tenho a minha consciência limpa. Nunca vão provar que eu sacaneei o povo de Maceió, porque não o fiz”, colocou ainda. Em relação à assinatura de Luiz Pedro, Almeida destacou que foi uma “traição”.
“Eu me surpreendi com a atitude dele, até porque sempre o ajudei e estive ao lado dele nos momentos mais difíceis da vida dele. Ele se tornou conhecido pela mídia por mim. Ele é conhecido graças ao Cícero Almeida. Eu sempre o ajudei. Fui o grande orientador dele na Assembleia Legislativa, estive junto com ele na Câmara Municipal. Eu fui um parceiro dele”, colocou.
Almeida comparou a decisão de Luiz Pedro a de Heloísa Helena, relembrando – por mais uma vez – que, segundo o próprio prefeito, a vereadora do PSOL só não foi cassada por conta do pedido que fez à bancada governista. “Ela tem uma história tão bonita. Eu achei que não poderia ser cassada e pedi a minha bancada. Mas, a Heloísa resolveu cumprir o papel dela, enfim. Mas, no caso do Luiz Pedro é sim uma traição”.
Cícero Almeida disse ainda que evita julgar o vereador do PMN. “Quem julgará ele será Deus. Quem quiser que coloque em uma balança a minha história de vida e a história de vida do Luiz Pedro e veja o quê pesa mais. Luiz Pedro se rebelou, enquanto eu só o ajudei”, colocou ainda.
De acordo com Almeida, a Prefeitura Municipal sempre agiu dentro da legalidade. “Quem deveria ser investigado, inclusive pela Polícia Federal, são alguns desses vereadores que assinaram esta CEI”, disse ainda, mas sem citar nomes. Com as declarações de Almeida, a nova da comissão ganha mais um capítulo.
Almeida relembrou que ainda não foi ouvido pelo Ministério Público e que a Procuradoria Geral do Município – chefiada pelo advogado Marcelo Teixeira – ainda desconhece o processo, mas que responderá ponto a ponto na Justiça. “Estou despreocupado quanto a isto. O que existe é uma polêmica”.