POR FRED GOMES – O DIA
Rio – O tão aguardado pela Nação Rubro-Negra dia 2 de fevereiro chegou e restam horas para a estreia de Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo, que é comentada pelos quatro cantos do planeta. Para amenizar a ansiedade da torcida, O Dia Online selecionou cinco das estreias rubro-negras mais impactantes das últimas três décadas, sendo duas delas retornos e uma o nascimento de um ídolo nascido em outro país. Os "escalados" são: Romário, Petkovic e Vagner Love, trio que jamais havia vestido o Manto profissionalmente, além de Zico, o maior de todos, e Adriano, ambos regressando da Itália.
Apesar de o Galinho de Quintino ter retornado à Gávea em 1985, trocando a Udinese pelo Rubro-Negro, uma entrada criminosa de Márcio Nunes, no empate por 0 a 0 com o Bangu, no dia 29 de agosto daquele ano, adiou o sonho de ver o craque brilhando intensamente com a camisa do Flamengo. Zico, que teve diversas lesões na perna esquerda, a mais grave delas no joelho, ainda tentou retornar no dia 22 seguinte, em um novo 0 a 0, desta vez contra o Fluminense. Após o jogo, porém, foi constatada a necessidade de uma cirurgia.
O maior ídolo da Nação Rubro-Negra só havia disputado 11 jogos antes do ocorrido e, inclusive, havia brilhado na estreia do Carioca de 1985, com dois gols na goleada sobre o Bonsucesso (5 a 0). Porém como a grave contusão o havia impedido de jogar regularmente naquela temporada, o reencontro triunfal no Maracanã ficou marcado para o dia 16 de fevereiro de 1986 – antes disso, ele disputou dois amistosos no exterior.
Em um Maracanã lotado, Zico, que, como citado anteriormente, já tentara retornar em um Fla-Flu em 1985, entrou em campo sob os gritos de "Bichado" da torcida tricolor. Para que foram mexer com a fera? O Galinho marcou três gols, um maravilhoso de falta e apoteose rubro-negra se iniciou. Uma festa, merecida, de título.
Maior contratação do futebol mundial em 1995, o craque Romário, eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de 1994, desembarcou no Rio de Janeiro com pompa de rei, recepcionado em uma linda carreta que colocou o Rio de Janeiro em festa. Após amistosos contra a seleção uruguaia e o Atlético Mineiro, o Baixinho estreou no dia 12 de fevereiro de 1995, também em um Fla-Flu.
Romário, que cinco anos mais tarde deixaria o Mengão como grande ídolo e com 204 gols na "bagagem", acabou anulado pelo zagueiro tricolor Lima, até então desconhecido. A festa e a presença maciça dos rubro-negros, porém, jamais foi esquecida.
Na época conhecido apenas por sua ótima passagem pelo Vitória, Petkovic chegava ao Flamengo após negociação complicadíssima, tratada pela empresa Isl, parceira do Fla entre o final da década de 90 e o início da de 2000, com o Venezia, da Itália. Assim, o craque só estreou com o Manto Sagrado no sétimo jogo da temporada, contra o Santos, no dia 12 de fevereiro.
O resultado foi estupendo: ele marcou o primeiro gol da goleada por 4 a 1 sobre o Peixe, uma pintura feita em jogada individual, desenhada após diversos dribles.
Um ano mais tarde, ele escreveu seu nome na História do Flamengo com o gol quarto do tricampeonato estadual do Mengão, conquistado sobre o Vasco.Em 2009, ele ratificou sua posição de ídolo eterno com participação decisiva no hexacampeonato brasileiro.
Depois de uma rápida passagem pelos profissionais do Flamengo, compreendida entre 2000 e 2001, Adriano foi vendido pelo Flamengo sob forte contestação. Ainda muito magro e apelidado de Scooby-Doo, o grandalhão deixou a Gávea com o desejo de voltar e conquistar a torcida. Dito e feito.
A forma do retorno foi complicada. Ele chegou a anunciar que poderia estar abandonando a carreira em 2009, quando enfrentava sérios problemas psicológicos na Itália. Meses depois, ele encontrou um remédio: a Nação Rubro-Negra.
No dia 31 de maio, em um Maracanã abarrotado por mais de 70 mil pessoas, ele reestreou com o Manto Sagrado, visivelmente acima do peso. A camisa rubro-negra, porém, pareceu leve para um velho conhecedor dela. Resultado: gol e vitória por 2 a 1 sobre o Atlético Paranaense.
Torcedor confesso do Flamengo desde os tempos do Palmeiras, Vagner Love teve uma das apresentações mais emocionantes no clube em janeiro. Ao vestir a camisa pela primeira vez como jogador do clube, ele chorou e não escondeu a satisfação por vestir o Manto.
De físico privilegiado, a estreia foi rápida e justamente contra o Bangu, clube do bairro onde foi criado. O Artilheiro do Amor marcou dois gols na vitória por 2 a 1 e iniciou muito bem sua trajetória pelo Rubro-Negro.