Quinze pessoas foram presas suspeitas de fazer parte de um esquema de distribuição de drogas provenientes da Bolívia. ‘Operárias’ do crime eram trazidas do interior de Alagoas para São Paulo, não para melhorar de vida, mas para trabalhar com entorpecentes.
As 15 pessoas foram presas nesta quarta-feira (9), depois de dois meses de investigação do Denarc, o Departamento de Investigações sobre Narcóticos. São nove mulheres, entre elas uma adolescente, e seis homens, que comandavam o que a polícia chama de "firma do tráfico", uma operação organizada, montada em duas casas na Zona Sul de São Paulo.
No Ipiranga, as "operárias" ficavam trancadas a sete chaves, em uma casa com cerca elétrica, e vigiadas pelos traficantes. Lá dentro, passavam os dias embalando crack e cocaína. As fotos da polícia mostram que havia uma linha de produção, exatamente como numa fábrica.
A droga que servia como matéria prima saía da Bolívia, atravessava a fronteira brasileira por terra e, depois de embalada, era vendida na região do Glicério, em alguns bairros da Zona Leste da capital e na Favela Heliópolis, na Zona Sul.
A polícia apreendeu mais de 200 kg de crack e cocaína e também o material que as "operárias" usavam: duas balanças e mais de 100 mil embalagens. “Isso vai nos dar uma gama grande de pistas para serem seguidas”, afirma Wagner Giudice, diretor do Denarc.
No Denarc, o investigador fez um teste: o que ele colocou no papel é crack em pó, diferente do mais conhecido, que é vendido em pedras. Ele acende o isqueiro e a fumaça que se vê é a mesma que destrói os consumidores da droga.