Momentos após ser liberado por determinação do comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, o major Carlos Buriti concedeu entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira, dia 4, e foi reticente quanto aos motivos que levaram à sua prisão.
Durante o último sábado, 2, em combate a um incêndio no Pavilhão do Artesanato, na Ponta Verde, o militar – apontado pelo próprio comando como um dos profissionais mais qualificados e operacionais da tropa – teceu críticas às condições de trabalho dos bombeiros.
Buriti lamentou a precariedade na estrutura e disse ter adquirido equipamento com dinheiro do próprio bolso. Para debelar o incêndio, os bombeiros precisaram da ajuda de caminhões-pipa da Viva Ambiental e Limpel, uma vez que o auto-bomba tanque (ABT) designado para o local não tinha água suficiente.
Devido às declarações, o secretário de Defesa Social, coronel Dário César, determinou a prisão disciplinar do oficial pelo prazo de 72 horas. O militar se apresentou ao quartel-geral do Bombeiros, onde permaneceu até a manhã desta segunda-feira, dia 4. Após a sua liberação, o militar decidiu apenas agradecer de forma veemente e ‘emocionada’ o apoio da população e dos amigos. As manifestações contra a prisão do major se deram em várias redes sociais e veículos de comunicação de Alagoas.
Quanto às críticas, o major disse que não possuem conotação política e que tratou-se de uma desabafo. Questionado se confirmava as críticas formuladas no sábado quanto à infraestrutura da Corporação, o militar orientou a imprensa a questionar o comando dos Bombeiros. “Eu não posso fazer nada”, disse o major Buriti.
O militar também negou qualquer perseguição ao seu trabalho e disse que devido a férias acumuladas (sete), além de licenças deverá se afastar das suas funções pelos próximos meses. O major, que teria se reunido com o comando na manhã de hoje, em reunião a portas fechadas, não quis informar o teor da conversa com o coronel Neitônio Freitas.