Munidos de faixas e cartazes e com o apoio de um mini trio elétrico, alunos da antiga Escola Agrotécnica de Satuba realizaram um protesto na tarde desta quinta-feira, 14, contra a insegurança nos arredores do Campus de Satuba, que é ligado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas (Ifal). Segundo informações de estudantes, os assaltos têm sido frequentes na região.
“Alguns alunos estudam em regime de residência, mas os que retornam para Maceió todos os dias, ou precisam se deslocar até a cidade de Satuba são vítimas constantes de assaltos à mão armada”, contou o professor Alonso Pereira.
O professor disse que os alunos já procuraram a Delegacia Municipal e a Prefeitura de Satuba, mas foram informados que não há efetivo policial para fazer a segurança nos arredores do Campus.
“Para tentar minimizar o clima de insegurança, a diretoria do Campus contratou segurança interna para a escola, mas nas imediações não temos como tomar providências. O diretor já enviou ofício a todos os órgãos de segurança, mas não vimos solução. Estamos temerosos de que algo pior ocorra, como uma invasão na escola ou até mesmo que algum estudante seja baleado”, desabafou o professor.
Alonso acrescentou também que os assaltantes geralmente usam bicicletas e agem de cara limpa, em qualquer hora do dia, e depois vão tranquilamente passear na praça da cidade.
Apitaço em Santana
Na manhã de hoje, os estudantes do Campus II, de Santana do Ipanema, da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e estudantes de escolas estaduais da região, também realizaram um protesto pelas ruas da cidade para cobrar respostas no combate à violência nas imediações das instituições públicas de ensino.
Esse é o segundo protesto realizado pelos estudantes em menos de um mês. No dia 1º de abril, eles chegaram a ocupar a Câmara de Vereadores de Santana do Ipanema para protestar contra a falta de segurança e cobrar medidas, entre elas a criação de uma Guarda Municipal. De acordo com os estudantes, até agora o problema não foi solucionado.
Insegurança na Ufal
Em março passado, a descoberta dos corpos de duas irmãs no terreno do Campus A.C. Simões e a ocorrência de assaltos à mão armada dentro de salas de aula, revelaram a fragilidade na segurança enfrentada também pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Maceió.
Em coletiva á imprensa, representantes da Ufal explicaram que a segurança interna da Universidade era eficiente e que o problema estava no entorno do Campus, onde faltavam iluminação, transporte e urbanização.
Depois dos casos de violência registrados, a Ufal adotou um pacote de medidas – envolvendo as esferas municipal, estadual e federal -, para tentar solucionar a questão da violência. Na ocasião, a reitora Ana Dayse informou que a Polícia Federal iria elaborar um projeto emergencial de segurança.
Temerosos, os estudantes do interior do Estado cobram o apoio das delegacias, prefeituras municipais e dos órgãos de segurança para que medidas similares sejam tomadas em outros campis e escolas de Alagoas.