Dos 20 maiores aeroportos brasileiros, 17 operam hoje acima da capacidade. Esta é uma das conclusões de estudo divulgado nesta quinta-feira (14) pelo Ipea (Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas), em Brasília.
De acordo com a nota técnica, com o aumento da demanda pelo transporte aéreo, mesmo com todos os investimentos de ampliação dos terminais previstos para a Copa de 2014, dez dos 13 aeroportos que serão ampliados já estarão novamente acima da capacidade quando o Brasil sediar os jogos.
Os aeroportos que hoje operam acima de 100% de capacidade são Guarulhos, Congonhas e Viracopos (SP), Brasília (DF), Confins (MG), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Florianópolis (SC), Vitória (ES), Natal (RN), Goiânia (GO), Cuiabá (MT) e Maceió (AL). Os aeroportos de Curitiba (PR), Santos Dumont (RJ) e Belém (PA) operam acima de 80% da capacidade, o que é considerado acima do limite de eficiência operacional.
Após os investimentos previstos para a Copa 2014, se todos os investimentos forem feitos e as obras finalizadas no prazo, dez dos 13 aeroportos que receberão recursos já estarão operando além da capacidade. São eles: Guarulhos (SP), Brasília (DF), Confins (MG), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Natal (RN), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Recife (PE) e Salvador (BA).
O coordenador do estudo, Carlos Campos Neto, comentou os resultados da pesquisa.
– Mesmo que fosse possível concluir os investimentos no prazo, dez de 13 aeroportos já estariam com movimento acima da capacidade. Isso quer dizer que o atual plano de investimentos não conseguiu fazer uma projeção adequada do crescimento do movimento. Ou as obras demoram tanto que quando ficam prontas a demanda já é maior do que a nova capacidade.
O estudo promete dar muita dor de cabeça ao governo. Isso porque o documento afirma que nove que estão com obras previstas não terão condições de finalizar seus empreendimentos a tempo de receber os milhões de turistas que desembarcarão no Brasil na Copa de 2014.
O documento apresenta uma análise dos investimentos feitos pelo governo na infraestrutura aeroviária desde o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De 2003 até 2010, foram investidos R$ 8,8 bilhões nos aeroportos brasileiros, uma média de R$ 1,1 bilhão por ano.