‘Qual a diferença entre um assassino e quem deixa faltar remédio?’

Silvânia Barbosa salientou que a situação no PAM Salgadinho é de caos.

A falta dos medicamentos nos postos de saúde da rede municipal voltou a ser alvo de debates na Câmara Municipal de Maceió. Mais uma vez, a vereadora Silvânia Barbosa (PTdoB) foi à tribuna para apresentar a denúncia de dois médicos sobre o “caos que estava o Posto de Atendimento Médico do Salgadinho”. “Quando chega ao ponto dos médicos denunciarem as falhas do sistema de saúde do município é porque de fato a coisa é muito grave”, colocou.

“Já falei sobre esta questão dos medicamentos aqui. Fiz um pronunciamento mostrando os remédios que faltam em postos de saúde. Se falou de uma compra emergencial, mas ainda não abasteceram as unidades. O caos continua e aparentemente é mais sério do que se pensava. É um descaso com a Saúde do nosso município”, salientou.

Silvânia Barbosa salientou que a situação no PAM Salgadinho é de caos. “Pode até ser que o assunto não seja de importância para muitos aqui, mas para mim é”. De acordo com ela, há caso em que falta remédios para procedimentos simples, “como é o caso da xilocaína”. Barbosa ainda fez menção à matéria veiculada pelo Alagoas24Horas, que mostra a falta de medicamentos para diabéticos e que coloca em risco a vida de uma criança.

“Eu finalizo o meu pronunciamento perguntando: qual é a diferença entre um assassino e uma autoridade que deixa faltar medicamento para diabetes que deve ser dado a uma criança?”, coloca Silvânia Barbosa. O líder do prefeito na Casa de Mário Guimarães, Sílvio Camelo (PV), usou a tribuna para defender a administração municipal.

De acordo com Camelo, foram feitas compras emergenciais de medicamentos. “Estes já estão sendo distribuídos. Amanhã, eu vou ler a relação dos medicamentos comprados. Os problemas estão sendo sanados na medida do possível. Às vezes o que acontece é que a Prefeitura compra o medicamento, mas a empresa não entrega. Mas eu trarei a lista dos medicamentos comprados”.

Camelo ainda destacou que há um problema em relação ao repasse dos recursos federais, por conta de se basearem nos dados do IBGE. “Nós já ultrapassamos um milhão de habitantes”. Porém, Heloísa Helena (PSOL) lembrou que há deficiência na rede de cobertura municipal de Maceió e que, com isto, o município – segundo ela, por irresponsabilidade da gestão local – acaba ficando sem recursos.

“A lei não prevê apenas o número da população, mas o perfil epidemiológico e a rede de cobertura. São os três pilares. Se há uma doença como a diabetes, há uma programação para o número de medicamentos que deve ser mantida com previsão, para que mesmo diante do processo burocrático de compra não se falte. É uma questão de responsabilidade e programação”, colocou Heloísa Helena.

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