Santa Cruz impede hexa do Sport e volta a gritar ‘campeão’

Antonônio Carneiro Costa / agência Gazeta PressJogadores do Santa Cruz comemoram com o troféu

Jogadores do Santa Cruz comemoram com o troféu

Diante de um ótimo público (62.243 presentes), uma torcida loucamente apaixonada, mas em um gramado em condições ruins, o Santa Cruz conquistou neste domingo o seu 25º título pernambucano, dando esperanças ao torcedor coral de começar uma retomada na história do clube. Com uma derrota por 1 a 0 no Arruda, o Tricolor pernambucano confirmou a conquista, já que havia vencido por 2 a 0 no jogo de ida, na Ilha do Retiro, domingo passado. A renda do jogo foi de R$ 1.177.140,00. Além disso, o Santa impediu que o rival rubro-negro conquistasse o seu primeiro hexacampeonato pernambucano, feito exclusivo realizado pelo Náutico entre os anos de 1963 e 1968. Por isso, o Timbu, eliminado pelo Sport nas semifinais, de uma certa forma também comemora.

O fato a se lamentar foi a atitude de Marcelinho Paraíba, autor do gol aos 48 minutos da etapa final, que após converter a cobrança de pênalti, arrumou confusão com os jogadores adversários, policiais e até repórteres, deixando o campo bastante irritado.

A festa dos torcedores corais promete ser longa e se estender pela semana inteira. Desde 2006, quando o time coral começou a amargar uma série de três rebaixamentos consecutivos no Campeonato Brasileiro e acabou na Quarta Divisão, que o time tricolor tenta se recuperar dentro do cenário nacional. Durante este período, a torcida deu demonstrações de amor ao clube, como em 2009, ao lotar o Arruda para acompanhar a inauguração do novo gramado do estádio.

Agora, o Santa Cruz tenta aproveitar esta conquista e se prepara para a jornada mais importante de sua história nos próximos anos. Em julho, a equipe começa a disputar mais uma vez a Série D, de onde tenta sair para, aos poucos, ir galgando degraus rumo à elite do futebol brasileiro. E o Sport já estreia na Série B no próximo sábado, na Ilha do Retiro, onde recebe o Icasa, no início da tentativa de retornar à Primeira Divisão no ano que vem.

Leão domina o início, mas não marca
Depois de uma semana inteira de mistério, por causa de uma lesão na coxa direita, o Sport começou com Carlinhos Bala no ataque. Após um começo de jogo nervoso, em que a marcação foi a tônica das duas equipes, a primeira boa chance de gol foi do Leão, somente aos nove minutos, com Bruno Mineiro cabeceando para fora um bom cruzamento de Renato pela direita. Mas o Santa respondeu aos 13, com Landú recebendo livre na área, mas errando na hora de amortecer a bola: Magrão se adiantou e fez a defesa a tempo.

Se o time coral errou antes, dois minutos depois, foi a vez de o Leão retribuir. Após boa jogada de Daniel Paulista pela direita, novamente Bruno recebeu na pequena área, mas furou o chute, para o goleiro Tiago Cardoso fazer a defesa. E neste "jogo dos erros", o goleiro Magrão quase foi surpreendido aos 25, em falta cobrada por Weslley: mesmo a bola vindo em sua direção, o arqueiro rubro-negro não conseguiu segurar, mas o Santa não fez boa jogada no rebote.

A partir de meados da etapa inicial, o Sport passou a dominar as ações do jogo, ditando o ritmo do jogo e mantendo a bola no campo de ataque. Bala arriscou dois chutes de fora, mas sem força ou perigo para a meta tricolor. O Santa tratou de marcar uma peça fundamental no rival, o meia Marcelinho Paraíba que, muito nervoso, de tanto reclamar com o árbitro Sálvio Spínola acabou levando amarelo já na etapa inicial. No finzinho do primeiro tempo, o Santa se soltou um pouco mais e conseguiu diminuir a pressão, mas sem criar oportunidades de gol.

Contagem regressiva para a festa
A vota dos times do intervalo foi embalada pela torcida coral, que começou a contagem regressiva para comemorar o título. Para levar a decisão para os pênaltis, o Sport teria que marcar dois gols em 45 minutos. E a primeira boa chance foi do Santa, aos seis minutos, com Gilberto cabeceando sozinho após cruzamento de Thiago Cunha, que acabara de entrar. Magrão segurou firme. O Sport respondeu aos 23, com Tadeu aparecendo em boas condições, mas a defesa anfitriã afastou o perigo.

Mas o tempo ia passando, a massa tricolor cantava mais alto, e o Santa passou a jogar com mais tranquilidade e dominar o restante do jogo. Aos 24, Gilberto pegou uma sobra mas furou feio ao chutar cruzado. E logo em seguida, Magrão teve que se esforçar para defender um chute de Thiago Cunha.

O técnico Hélio dos Anjos passou a jogar suas últimas fichas para tentar mudar a história do clássico. Já havia colocado Romerito e Tadeu nas vagas de Wellington Saci e Bruno Mineiro. E botou Ciro na vaga de Bala. Mas as coisas não estavam dando certo para o Rubro-Negro. Aos 35, na melhor chance do Leão na etapa final, Ciro, Romerito e Renato desperdiçaram três chances seguidas em um mesmo lance, em um bate-rebate salvo pela defesa coral. Aos 45, Alex Bruno deixou o Sport com um a menos ao ser expulso após fazer falta violenta.

Um gol sem comemoração
O gol nos acréscimos marcado por Marcelinho Paraíba de pênalti foi um epílogo de triste lembrança na decisão pernambucana. Aos 47, Renato foi derrubado dentro da área por Leandro Souza, em pênalti legítimo marcado por Sálvio. Após converter a cobrança, o meia do Sport partiu em direção aos jogadores do Santa. Após o apito final e, enquanto a equipe campeã comemorava, Marcelinho saía de campo sem camisa e se envolvendo em confusão com policiais e repórteres.

Os torcedores do Santa, que já gritavam "campeão" desde o início do jogo, comemoraram com muita alegria. Mas sem deixar de se preparar para uma longa batalha pela frente: a de ver seu time justificar tamanha paixão e voltar a aparecer entre os principais clubes do Brasil.

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