O volume de vendas no comércio varejista brasileiro cresceu 1,2% e a receita nominal 1,4%, ambas comparadas ao mês de fevereiro, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação com março de 2010, o crescimento do comércio varejista no Brasil alcançou a média de 4,1%. Dos estados nordestinos apenas Paraíba, Maranhão e Ceará conseguiram superar a média nacional. (Confira o gráfico).
O desempenho do comércio varejista alagoano foi negativo quando comparado ao mês de março de 2010, -0,7%, assim como no Rio Grande do Norte (-0,6%), Piauí (-2,1%) e Sergipe (-4,3%).
Considerando o comércio ampliado (quando se inclui o comércio automotivo e construção civil), o resultado foi ainda mais desalentador para Alagoas, pois, em comparação com março de 2010, a atividade recuou 6,8%. Enquanto a média brasileira caiu 2,5% em relação ao mesmo período.
Entretanto, no acumulado de 2011, tanto o comércio varejista quanto o ampliado alagoano continuaram crescendo e atingiram 4,8% e 5,6%, de janeiro a março, respectivamente. O resultado para o comércio ampliado foi superior ao nacional e somente ficou atrás, no Nordeste, da Paraíba (15%), do Maranhão (10%), de Pernambuco (6,4%) e do Rio Grande do Norte (5,9%).
Já para o desempenho do comércio varejista a taxa de 4,8% de expansão, no ano de 2011, foi menor que a registrada para o Brasil (6,9%) e muito abaixo dos demais estados nordestinos.
Nos últimos 12 meses, o desempenho do comércio ampliado alagoano é extraordinário, acumulando um crescimento de 10,9%, somente ficando aquém da Paraíba (18,3%), Maranhão (14,8%) e Ceará (14,2%). O comércio varejista também registrou, em 12 meses, um crescimento muito semelhante, alcançando 10%, ficando acima da média nacional.
Para o consultor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL) e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Fábio Guedes, apesar das vendas terem recuado tanto no comércio varejista quanto no ampliado, em Alagoas, o resultado no geral é ainda muito positivo.
Segundo Fábio, o recuo tem relação com as medidas adotadas pelo Banco Central em termos de política monetária que começaram a afetar a demanda agregada no país, principalmente, no consumo, como forma de desaquecer a economia brasileira.
“Os primeiros sinais na economia alagoana estão sendo sentidos agora, mas essas medidas servirão para diminuir a exposição das famílias alagoanas do alto nível de endividamento que em maio alcançou 85,3% dos consumidores da capital com taxa de inadimplência de 6,5%, conforme pesquisa divulgada ontem pela Fecomércio/AL”, afirmou.
Para o consultor econômico, isso demonstra que a economia alagoana e, principalmente, o comércio são dependentes do que acontece em termos de decisão econômica no plano nacional. “O fato de se gerar pouca renda no Estado porque a produção de mercadorias está concentrada em alguns poucos produtos e a estrutura industrial ser muito pequena, a demanda do estado é muito reflexa às mudanças que ocorrem nos centros de decisão em Brasília, especialmente, em termos de política monetária e fiscal”, analisou.
As pesquisas mencionadas estão detalhadas, inclusive com tabelas e gráficos, na página da Fecomércio [www.fecomercio-al.com.br] no hotsite do IFEPD (Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento).