Informações de bastidores já davam conta de um distanciamento entre o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), o senador Benedito de Lira (PP) e o governador do Estado, Teotonio Vilela Filho (PSDB). O motivo: o prefeito de Maceió estaria se sentindo ‘abandonado’ pelos líderes políticos com os quais esteve junto no processo eleitoral de 2010.
Almeida hipotecou apoio à candidatura de Vilela, a Benedito de Lira e ainda aos deputados federais João Lyra (PTB) e Maurício Quintella (PR). Os apoios de Almeida sempre geraram questionamentos dentro dos próprios grupos políticos, conforme informações de bastidores. No início do ano surgiu “ranhuras” com o próprio Lyra e com o senador Fernando Collor de Mello (PTB).
O PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, reaproximou Almeida de João Lyra. E a crise vivenciada por Cícero Almeida em função da “máfia do lixo” trouxe dois “amigos”: o senador Renan Calheiros (PMDB) e o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). Porém, somente na manhã de hoje – em entrevista à TV Gazeta – Almeida assumiu o “abandono”.
“No momento em que eu mais precisei foi o senador Renan Calheiros que me deu a mão, enquanto eu pensei que seria o presidente do meu partido a fazer isto (senador Benedito de Lira) e o governador. Mas, infelizmente não foi o que ocorreu”, colocou o prefeito. Ele assumiu divergências internas no PP e que sua possível saída para o PSD faz parte de um projeto para o futuro. Almeida fala em esquecer o passado e olhar para frente.
Desde a crise vivenciada no início de seu segundo mandato, Cícero Almeida convive com as ações do Ministério Público Estadual. Em relação à “máfia do lixo”, conseguiu – por meio da bancada governista – “sepultar” a Comissão Especial de Investigação (CEI) que investigaria fraudes na coleta de lixo da capital, supostamente envolvendo o gestor maior, além de não dar prosseguimento a requerimentos que o questionassem.
Coincidentemente ou não, no período fechou novas alianças políticas. Em relação ao processo político de 2012, o prefeito tem dito uma única frase: “não sou candidato”. Almeida – de fato – não pode mais disputar o Executivo em Maceió. Há quem aposte em um retorno do alcaide da capital alagoana para a Casa de Mário Guimarães.