Cortes de energia elétrica, voos cancelados e transportes coletivos paralisados em Atenas, com exceção do metrô, marcavam o início nesta terça-feira (28), da greve geral em protesto contra o novo plano de austeridade apresentado pelo governo. As medidas deverão ser aprovadas nesta quarta (29), no Parlamento, para receber ajuda do exterior.
Mais de cinco mil policiais fizeram guarda no centro de Atenas, com manifestações de protesto sindical. Segundo a agência de notícias Reuters, a polícia usa gás lacrimogênio para dispersar uma manifestação na praça Syntagma, no centro da capital.
A greve interrompeu ou suspendeu a maioria dos serviços públicos. Todos, desde médicos e motoristas de ambulância até trabalhadores de cassino e atores de um teatro financiados pelo Estado se juntaram ao protesto, que deve continuar nesta quarta-feira.
Nos aeroportos, muitos voos domésticos das companhias Aegean e Olympic Air foram cancelados em consequência da paralisação dos controladores aéreos. No porto de Atenas, 200 militantes do Pame, o sindicato de tendência comunista, impediram a saída de vários barcos.
Plano de austeridade proposto pelo governo socialista pretende arrecadar 78 bilhões de euros até 2015, e inclui privatizações, novos impostos sobre renda e propriedades e cortes de salários e aposentadorias. O governo prevê reduzir a força de trabalho do setor público em 25%, ao passo que será elevada a 40 horas semanais a carga de trabalho e serão estipulados novos contratos com um salário mínimo de 500 euros mensais.
Para o comissário europeu para Assuntos Econômicos, Olli Rehn, a aprovação pelo Parlamento grego do plano constitui a única forma de evitar uma suspensão imediata de pagamentos da Grécia. "A única forma de evitar um default (suspensão de pagamentos) é a aprovação pelo Parlamento de um programa econômico revisado", disse o comissário Rehn em um comunicado.
"Nossas mobilizações continuarão enquanto estiverem em vigor estas políticas", disse Stakis Anesti, um porta-voz da Confederação Geral de Trabalhadores da Grécia (GSEE). Segundo ele, o protesto terá como ponto de encontro a Praça "Sintagma", em frente do Parlamento, onde os sindicatos esperam uma participação em massa.