Os casos de violência doméstica continuam liderando o registro de doenças e agravos de notificação compulsória do Hospital Geral do Estado (HGE). De janeiro a julho deste ano, o Núcleo Hospitalar de Epidemiologia notificou 879 ocorrências, destas 568 foram de violência doméstica, representando 64% do total.
Os demais registros no Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) foram de dengue (13,4%), intoxicação (11,8%), acidentes de trabalho (7,2%), acidentes com animais peçonhentos (2,7%) e hepatite viral (0,8%).
De acordo com Maria das Mercês Pereira, coordenadora do Núcleo de Epidemiologia do HGE, a portaria 104, do Ministério da Saúde (MS), preconiza que todos os profissionais dos serviços de saúde têm a obrigação de fazer o registro das doenças e agravos de notificação compulsória.
“A atuação do núcleo é na busca ativa das informações registradas nos prontuários dos pacientes. A partir da identificação de uma doença ou agravo de notificação compulsória, enviamos esses dados para a Secretaria Municipal de Saúde por meio do Sinan. Qualquer suspeita de maus tratos, principalmente, contra mulheres, crianças, adolescentes e idosos devem ser anotadas nos prontuários”, informou.
A médica explicou que as ações de vigilância epidemiológica são importantes instrumentos de gestão em saúde, que possibilitam a implementação de medidas para diminuir a incidência de doenças, agravos e eventos em saúde pública. ”A interação entre os profissionais, sobretudo do HGE, é imprescindível para o preenchimento correto das fichas e prontuários”, reforçou.
Saber para onde encaminhar a vítima é fundamental para evitar constrangimentos e garantir que o paciente seja atendido por um serviço especializado. A rede de assistência é composta pelo Centro de Apoio às Vítimas de Crime em Alagoas (CAV Crime), Conselho Tutelar, Maternidade Santa Mônica e Defensoria Pública.