O boletim divulgado pelos médicos que acompanham Ricardo Gomes no Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira, mostrou evolução no quadro do treinador. Segundo o resultado da nova tomografia computadorizada, houve absorção completa do hematoma cerebral originado pelo AVC (acidente vascular cerebral) sofrido pelo comandante vascaíno no clássico com o Flamengo.
Para os médicos, esta é uma ótima notícia, embora o técnico continue entubado. A sedação não foi retirada totalmente, e segue em processo de redução gradativa. Assim, Ricardo alterna momentos de sonolência com de despertar. Ele responde bem aos comandos da equipe e ainda não há previsão de alta do CTI. As visitas continuam restritas aos familiares.
Entenda o caso
Ricardo Gomes sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no segundo tempo do clássico entre Flamengo e Vasco, no domingo, dia 28 de agosto, no Engenhão. Foi levado inicialmente para o centro médico do estádio e, em seguida, encaminhado para o Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde foi submetido a uma cirurgia que durou cerca de três horas e meia. A hemorragia no cérebro em decorrência do AVC sofrido pelo treinador foi estancada, e a circulação, restabelecida.
No ano passado, quando ainda comandava o São Paulo, Ricardo Gomes teve uma vasculite, considerada um pequeno AVC, e precisou ficar internado após o clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. No entanto, o médico do Vasco Clóvis Munhoz assegura que o problema não é relacionado com o enfrentado pelo treinador na outra ocasião.
Confira a íntegra do boletim médico desta terça-feira:
Boletim Médico, terça-feira, 06/09/2011, 10h
Paciente Ricardo Gomes, 46, anos, internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI), do Hospital Pasteur.
Uma nova tomografia computadorizada, realizada hoje, apresentou um ótimo resultado, evidenciando a absorção completa do hematoma cerebral, decorrente do Acidente Vascular Encefálico (AVE) hemorrágico que ele sofreu, dia 28/08.
O paciente segue com estabilidade clínica e neurológica, permanecendo sob cuidados intensivos. Ele continua entubado (tubo traqueal), em ventilação mecânica. A redução gradativa da sedação continua em curso, conforme programado, o que significa que o paciente intercala momentos de sonolência, com despertar calmo, respondendo aos comandos da equipe de saúde.
O trabalho de fisioterapia motora e respiratória no leito está sendo realizado. Não há previsão de alta do CTI e as visitas ao paciente estão restritas aos familiares.
As reavaliações são realizadas constantemente e modificações do quadro serão notificas.
Memória
Equipe médica que acompanha o paciente: o clínico-intensivista, Fabio Guimarães Miranda, o diretor geral do Hospital Pasteur, Ricardo Periard e o neurocirurgião, José Antônio Guasti.
28/08 – À noite, Ricardo Gomes foi submetido a uma neurocirurgia para drenagem de hematoma cerebral e controle da hipertensão intracraniana. O procedimento, que durou cerca de três horas, foi realizado com sucesso pela equipe do neurocirurgião José Antonio Guasti e com o suporte clínico do médico Fábio Guimarães Miranda. A tomografia computadorizada no pós-operatório imediato foi bastante satisfatória, mostrando que o hematoma foi totalmente removido e a pressão intracraniana está mantida sob controle.
29/08 – Um eletroencefalograma (exame para verificar as condições neurológicas) apresentou alterações esperadas para o quadro do paciente. O pós-cirúrgico evoluiu bem, sem apresentar intercorrências.
30/08 – Uma angiotomografia computadorizada (exame que mapeia os vasos sanguíneos cerebrais) evidenciou a ausência de um aneurisma. Com isso, os médicos descartaram a possibilidade de uma nova intervenção cirúrgica.
31/08 – A sedação que induzia ao coma do paciente foi retirada pela equipe médica. Ele apresentou reações positivas, como abrir os olhos e movimentar os membros superiores e inferiores. O paciente iniciou o tratamento de fisioterapia motora e respiratória. Ele também entrou em processo de retirada da respiração artificial (a ventilação 100% mecânica foi substituída por um aparelho que apenas auxilia a respiração do paciente).
01/09 – O paciente apresenta uma melhora progressiva, sem sinais de complicações. Ele está recuperando gradativamente o nível de consciência, se conectando com o meio ambiente e atendendo aos comandos verbais. Uma nova tomografia computadorizada evidenciou uma boa absorção dos resíduos dos líquidos no tecido cerebral, decorrentes da hemorragia que ele sofreu. Numa escala de 1 a 5, ele está com grau 2 nos movimentos do lado direito. Já o lado esquerdo está com força normal.
02/09 – O paciente apresentou um quadro de muita agitação e necessitou ser levemente sedado. Uma tomografia computadorizada realizada neste período confirmou um bom aspecto, sem evidências de complicações. Dessa forma, o cateter cerebral foi removido (aparelho que media a pressão intracraniana).
03, 04 e 05/09 – Uma nova tomografia computadorizada cerebral evidenciou uma melhora em comparação ao último exame. O paciente permaneceu com o quadro clínico e neurológico estável, mantendo-se sedado, entubado (tubo traqueal), em ventilação mecânica. Foi iniciada a redução gradativa da sedação, o que significa que o paciente intercala momentos de sonolência, com despertar calmo, respondendo aos comandos da equipe de saúde. O trabalho de fisioterapia motora e respiratória no leito está sendo realizado.