Após tiroteio, general admite que ainda há tráfico no Alemão

O chefe do CML (Comando Militar do Leste), general Adriano Pereira Junior, admitiu nesta quarta-feira (7) que ainda há tráfico de drogas no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, e que os tiros que causaram pânico à comunidade ocupada pela Força de Pacificação na noite da última terça-feira (6) partiram de duas comunidades onde não há a presença dos militares: dos morros do Adeus e da Baiana.

Segundo ele, estas duas favelas não fazem parte do trabalho do Exército. O general disse que é impossível cercar todos os acessos às favelas, pois isso causaria prejuízo à população.

O general disse que o trabalho que é feito no complexo é eficiente e que levou paz à comunidade. De acordo com ele, são feitas 420 patrulhas diariamente na região.

Militares encontram bombas em um dos acessos à comunidade

Militares da Força de Pacificação que ocupam o Complexo do Alemão desde novembro de 2010 encontraram cinco bombas de fabricação caseira na manhã desta quarta-feira, na rua Nova, no acesso à favela da Grota, um dos acessos ao Alemão.

Segundo eles, as bombas foram jogadas contra os agentes da Força de Pacificação na noite de terça-feira, após o intenso tiroteio na comunidade.

Manhã de aparente tranquilidade

O clima era de aparente tranquilidade no início desta manhã nas favelas que formam o Complexo do Alemão. O policiamento na região permanecia reforçado por volta das 8h30. Nesta manhã, apesar de não haver confrontos, dezenas de viaturas e blindados cercam os acessos às comunidades por medida de segurança. Muitos moradores evitam sair de casa ou falar sobre o episódio e parte do comércio está fechada.

O tiroteio no Alemão teria começado após um ‘bonde’ de ao menos dez carros com 50 traficantes armados invadir uma das favelas do complexo, segundo informações recebidas pela polícia.

Ainda de acordo com os policiais, os bandidos seriam remanescentes da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, vizinha ao conjunto de favelas do Alemão, e teriam tentado retomar parte do território, atualmente ocupado pelo Exército.

Mais dois morros ocupados

Representantes da Força de Pacificação que atua no Complexo do Alemão e da Polícia Militar se reúnem nesta quarta no batalhão de campanha instalado no local para definir as estratégias de ocupação dos morros do Adeus e da Baiana.

As duas comunidades foram tomadas por militares por tempo indeterminado na noite de terça, após intenso tiroteio entre policiais e supostos traficantes no Alemão. A determinação partiu do comandante-geral da Polícia Militar do Rio, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte.

A PM informou que, segundo o oficial, a medida de ocupar as duas favelas foi tomada porque os locais oferecem uma boa visão para a região dos tiroteios e por não haver lá tropas federais.

– Estes locais são facilitadores de agressão, como tiro, arremesso de objetos, contra as tropas que patrulham a avenida Itararé.

A avenida Itararé é a principal via de acesso ao complexo. Mesmo após o fim do tiroteio, soldados do exército mantiveram fechados os acessos ao Alemão.

As tropas que participam da ocupação fazem parte do 16º BPM (Olaria) e do 22º BPM (Maré). Cerca de 50 homens estarão nestas operações, mas o número pode ser alterado ao longo da ocupação.

O Complexo do Alemão voltou ao foco no último domingo (4), quando moradores e militares se envolveram em uma confusão. Segundo os militares, eles foram atacados por moradores com pedras e garrafas e reagiram com balas de borracha e spray de pimenta.

O tiroteio de terça-feira acontece no mesmo dia em que um vídeo divulgado pelo Exército mostra pessoas supostamente traficando na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha.

Fonte: R7

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