Após assembleia realizada na tarde desta quinta-feira, 08, os peritos criminais decidiram que farão paralisação de 24 horas, com data a ser definida, como forma de alerta ao Governo do Estado acerca do não atendimento à categoria no tocante à valorização da perícia alagoana.
Os profissionais continuam insatisfeitos com o descaso junto ao Instituto de Criminalística (IC) e reclamam mais uma vez a falta de estrutura que vai da falta de equipamento, material de expediente, até o material específico para realização dos exames periciais, o que é mais grave. Como se não bastasse, a cota de combustível para as viaturas foi reduzida para 80 litros por veículo. Isso significa dizer que os levantamentos em locais de crime podem ser prejudicados, principalmente no interior.
“Um exemplo claro foi um atendimento em Arapiraca onde para ir e voltar foram gastos 29 litros de combustível. Ou, seja, caso o chamado fosse para uma cidade mais distante, provavelmente a viatura não iria mais rodar. A perícia alagoana vai ficar de mãos atadas e quem irá, infelizmente, sofrer com isso é a sociedade”, afirma Paulo Rogério, presidente da Associação Alagoana dos Peritos em Criminalística.
No núcleo de balística, por exemplo, há um grande volume de exames e, além, do quadro reduzido dos especialistas, há também a falta de material. No setor, apenas um microcomparador balístico funciona no momento. “Os únicos cartuchos que temos só são utilizados em casos de repercussão, devido à carência. Em muitos, há a necessidade de se usar cerca de seis cartuchos para um confronto balístico e não temos mais como fazer, principalmente se a arma for revolver de calibre trinta e oito, a mais utilizada em crimes”, assegura perito Aldo Artêmio.
A última remessa adquirida com apenas 50 cartuchos para realização de confronto balístico foi conseguida em forma de doação junto à Polícia Militar. Os peritos vão informar à direção que haverá redução no atendimento a ocorrências no interior.
“Com a cota reduzida fica inviável desenvolver um trabalho eficaz. Além do mais, existem os riscos decorrentes do grande número de viagens já que o efetivo é pequeno e com isso a escala dos motoristas é bastante cansativa”, conclui Rogério.