Na estreia de Joel Santana, os torcedores correram para o Estádio de Pituaçu, em Salvador, esperando que o Bahia desse mais um passo em sua recuperação no Campeonato Brasileiro, após a vitória sobre o Flamengo no Rio de Janeiro. Mas Celso Roth não se constrangeu em atrapalhar o reencontro do técnico adversário com os tricolores locais e fez o Grêmio vencer por 2 a 1, nesta noite de quinta-feira, pela 22ª rodada.
Brandão e Escudero marcaram os gols gaúchos; Souza, de pênalti, descontou para os baianos. Com a vitória, o Grêmio sobe para 27 pontos, na 13ª colocação; o Bahia é o 16º, fora da zona de rebaixamento, que está três pontos abaixo.
Ambos voltam a jogar às 18h do próximo domingo. No Estádio Olímpico, o Grêmio recebe o São Paulo, e, na Arena do Jacaré, o Bahia visita o Atlético-MG.
Se fosse uma luta do UFC, o juiz teria interferido para evitar ferimentos mais graves no ego dos anfitriões. O primeiro tempo do Grêmio foi avassalador. Com as linhas de seu 4-2-3-1 adiantadas, no campo adversário, Celso Roth elaborou para a equipe gaúcha uma estratégia voltada à valorização da posse de bola, e à criação de movimentos ofensivos.
Douglas, Marquinhos e Escudero entraram em rotação, invertendo posições e funções, confundindo a marcação e atraindo para tabelas curtas Julio Cesar, Fernando e Rochemback. Na área, Brandão foi abastecido com assistências das mais variadas formas.
Com 55% da posse de bola, o Grêmio trocou 150 passes, chegando a 80,7% de acerto. Concluiu a gol 15 vezes, comemorando dois: um de Brandão, de cabeça, concluindo cruzamento de Júlio César; e outro, com Escudero aproveitando um rebote na trave, após linda jogada de Douglas. E ainda desperdiçou um pênalti mal marcado – Douglas chutou para fora após ser derrubado fora da área. Nas grades do octógono, o Bahia parecia atordoado com o repertório de golpes gremistas. Um nocaute.
– Jogamos mal e tomamos um passeio. Vamos acertar o time – resumiu o técnico estreante.
Reação
Do intervalo, o Bahia retornou com Maranhão na lateral esquerda, passando Marcos para a direita. Joel Santana começou a forçar as jogadas sobre os laterais gremistas, deixando Souza e Reinaldo sobre os zagueiros Saimon e Edcarlos, na tentativa de eliminar qualquer cobertura e indefinir a marcação.
A estratégia deu certo. O Bahia despertou para a luta, e o Grêmio ergueu a guarda, defendendo-se. Coube à arbitragem, entretanto, repetir o erro da etapa inicial, marcando mais um pênalti inexistente: Reinaldo caiu na área, o carioca Felipe Gomes da Silva assinalou a infração, e Souza diminuiu: 2 a 1.
Inverteu-se o controle da posse e o volume de finalizações. O segundo tempo foi todo do Bahia. Ainda assim, em contra-ataques, o Grêmio não abdicou de especular investidas. E soube assegurar o resultado construído no primeiro tempo, encerrando uma sequência de nove partidas sem vencer fora de casa pela competição nacional.