Dezoito armas, sendo dois revólveres calibre 38 e 16 espingardas, munições e vários documentos apreendidos em residências nos municípios de Traipu e Lagoa da Canoa durante a Operação Tabanga, foram apresentados à imprensa na tarde desta segunda-feira, 26, pelo coordenador do Grupo de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), Luiz Vasconcelos.
Em entrevista coletiva concedida na sede do Ministério Público Estadual, o promotor mostrou o material, que inclui cartões de benefícios sociais, como o Bolsa Família, cartões bancários e carteiras de trabalho, e disse que as armas encontradas não possuem registro e estão com as numerações raspadas.
Segundo Vasconcelos, uma das residências onde ocorreram as apreensões pertence a um agiota identificado como Dinho da Silvestre. “O Ministério Público está investigando a partição de Silvestre, cujos parentes têm ligações políticas como prefeito foragido de Traipu, Marcos Santos, em alguns crimes ocorridos na região”, disse o promotor, citando como exemplo o assassinato do ex-secretário de cultura da cidade, José Valter Matos Palmeira, em maio passado.
O promotor disse que uma quadrilha formada por criminosos oriundos do Rio de Janeiro e São Paulo estava tendo apoio político para agir no município. O bando praticava desde tráfico de animais, até assaltos e homicídios. Vasconcelos informou que irá solicitar ao delegado geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco, que um novo delegado seja designado para investigar esses crimes.
A Operação
A operação Tabanga foi deflagrada no dia 20 de setembro, pela Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), em ação conjunta com o Ministério Público Estadual (MPE), a Controladoria Geral da União (CGU), a Polícia Civil (PC), a Força Nacional (FN) e a Polícia Militar (PM), para desarticular um esquema desvio de recursos federais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE).
Durante a Operação, quatro pessoas foram presas e pelo menos mais quatro estão foragidas, entre elas o prefeito de Traipu, Marcos Santos. Eles são acusados de um desvio de mais de R$ 8 milhões em recursos federais destinados a área de educação do município, entre outubro de 2007 e 2011.