O ambiente político dentro do Corinthians tem ficado mais quente à medida que se aproxima o pleito para escolher o novo presidente do clube. O atual mandatário, Andrés Sanchez, faz manobras para aprovar mudanças no estatuto, mas sofre com ameaças da oposição, que quer levar a briga à Justiça.
Sanchez convocou uma reunião extraordinária com o Conselho Deliberativo para quinta-feira (17), para tentar emplacar a mudança no sistema de escolha dos 200 novos conselheiros, que serão eleitos em fEm entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do Conselho, Carlos Senger, afirmou que a convocação de Andrés é ilegal e promete barrá-la, se preciso, indo à Justiça.
– Há dois caminhos para impedir esta reunião. Ou eu e meus aliados partimos para a briga para melar a reunião ou entramos na Justiça. Eu prefiro entrar na Justiça
De acordo com Senger, só o presidente do Conselho poderia fazer a convocação. Ele acusou Andrés de “ditador” e o chamou de “volúvel”, por tentar impor as vontades do seu grupo antes das eleições.
Senger não disse se é contra ou a favor das mudanças, mas afirmou que, em conversa com Andrés, havia acertado que analisaria as mudanças. O presidente do Conselho acredita que o mandatário atropelou o processo para tentar a aprovação às pressas, antes da eleição.
– O Andrés me procurou num café e me disse: Senger, precisamos alterar o estatuto do clube, mas não temos muito tempo. Disse a ele que iria estudar, mas que as coisas não são assim, como você quer. Dois dias depois fui surpreendido pela convocação que ele fez.
Andrés rebate
Em nota divulgada pelo site oficial do Corinthians, Andrés rebateu o presidente do Conselho.
O presidente do Timão alegou estar seguindo o estatuto do clube, que permite a ele convocar os membros do Conselho Deliberativo.
Andrés ainda afirmou que essa liberdade que tem seria uma forma de o Conselho "não ficar à marge das grandes questões do clube", deixando evidente que não desistirá da convocação.
Estádio
A briga entre Andrés Sanchez e o Conselho Deliberativo do Corinthians não se resume às mudanças no estatuto. O contrato do estádio que será construído em Itaquera ainda não foi apresentado, e os dirigentes não sabem exatamente de onde vai sair o dinheiro para pagar a construção.
– Quero saber quem vai pagar essa conta [do estádio]? No dia em que assinei o contrato [1º de setembro], falei para o presidente e disse: ‘Andrés, estou assinando confiando em você, assinei só a última das 56 páginas’. Depois, começou essa guerra toda.