Com a piora da crise financeira internacional, o governo admitiu formalmente nesta sexta-feira (18), por meio do relatório de avaliação do orçamento de 2011 relativo ao quinto bimestre, que sua estimativa para o crescimento da economia neste ano recuou de 4,5% para 3,8%.
A previsão do Ministério da Fazenda, porém, ainda está acima da estimativa do Banco Central, que prevê uma taxa de expansão de 3,5% para este ano, e dos analistas do mercado financeiro, que preveem um crescimento econômico de 3,2% para 2011.
Se confirmada, será a menor taxa de crescimento da economia brasileira desde 2009, quando a economia brasileira registrou retração de 0,3% justamente por conta dos efeitos da crise financeira internacional. Em 2008, a economia brasileira cresceu cerca de 5%. Dados do BC já indicam contração do PIB no terceiro trimestre deste ano.
Com a redução da estimativa, o Ministério da Fazenda, responsável pelas previsões do relatório, admitiu pela primeira vez, neste documento, que o crescimento da economia brasileira deverá ficar abaixo de 4% neste ano – algo que o mercado financeiro já previa desde julho deste ano. A Fazenda havia informado, no começo de outubro, que a estimativa seria formalmente reduzida.
O último relatório de avaliação orçamentária, divulgada pelo governo em setembro deste ano, com as previsões do Ministério da Fazenda sobre a economia, ainda registrava, porém, uma estimativa de 4,5% para a economia brasileira neste ano – mesmo diante dos sinais de que a crise financeira seria mais demorada do que o previsto inicialmente. Naquele momento, o mercado já previa um crescimento de 3,5%.
Inflação acima dos 6%
O Ministério da Fazenda também admitiu nesta sexta-feira que a inflação, medida pelo IPCA, deve ficar acima de 6% neste ano – algo que o mercado financeiro já previa desde maio deste ano.
A estimativa oficial do governo, feita pelo Ministério da Fazenda, é de que a inflação somará 6,4% neste ano – expectativa que também é a do Banco Central. A previsão anterior da Fazenda era de que a inflação somasse 5,8% em 2011.
O BC também admitiu em setembro que a inflação ficaria acima de 6%, com 45% de chances de superar até mesmo o teto de 6,5% do sistema de metas de inflação.