O problema do trânsito nas rodovias alagoanas, em especial em Maceió, segundo especialista é uma consequência da desordenada falta de investimento e o não comprometimento dos gestores com a não viabilidade do deslocamento da população. O impacto e suas consequências foram debatidos na Assembleia Legislativa do Estado, na manhã desta sexta-feira (19).
A sessão foi proposta pelo deputado estadual João Henrique Caldas (PTN), contando apenas com a presença do deputado Judson Cabral (PT), além de dezenas de pessoas, que não chegou a lotar a casa. Entre eles a promotora de Execuções de Trânsito, Marluce Caldas, representantes do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), inspetores da Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas, o engenheiro Edinaldo Marques e estudantes da União da Juventude Revolucionária.
Os presentes defenderam um investimento maciço no transporte coletivo e um sistema de integração que possibilite o cidadão deixar o carro em casa. De acordo com o professor e engenheiro Edinaldo Marques, a cidade de Maceió é uma miniatura de São Paulo e que daqui há alguns anos, se nada for feito, serão registrados longos e inevitáveis congestionamentos.
Segundo o superintendente municipal de Transporte e Trânsito, José Pinto de Luna, que chegou já na metade da sessão, são registrados cerca de três mil carros por mês, em Alagoas, já em Maceió, são mais de mil. “Acredito que em menos de cinco anos será quase impossível transitar em Maceió. Agora o problema não é só da SMTT, pois temos a imprudência da população que compromete todo o trânsito de veículos”, destacou Pinto, enfatizando que 20 guardas de trânsito estão nas ruas multando os imprudentes.
Pinto de Luna defende que seja implantado um Anel Viário em Maceió, para que seja resolvido parte do problema, além do investimento maciço no transporte coletivo. “Resumindo, o problema é de infraestrutura, agora Maceió não tem verba para construir um anel viário, será necessário pedir ajuda ao Governo Federal. No mais estamos investindo no transporte coletivo e em breve sairá o edital de licitação”.
Outro problema apontado, só que desta vez pela Polícia Rodoviária Federal, está nas BRs 316, no quilômetro 15, e na 104, quilômetro 5. De acordo com o inspetor Sibaldo, estas BRs apresentam problemas estruturais que não possibilitam o condutor ter outra alternativa a não ser cometer a imprudência. “Por não ter acostamento, o condutor tem que parar no meio da via e cruzar e muitos outros que já foram apresentados ao DER, mas caso não sejam solucionados daqui a alguns anos as BRs também estarão intransitáveis”.
“O que falta realmente é coragem e decisão política. Alternativas temos, agora os gestores não estão priorizando, vale a pena destacar que as suas prioridades são outras”, enfatizou Edinaldo Marques, destacando que o atual problema é consequência da falta de planejamento das gestões anteriores e seriedade dos atuais gestores que ao assumir o governo não dão continuidade nos projetos. “Agora eles assumem e cada um faz o seu projeto, isso é um absurdo e sem lógica”, concluiu.