Emerson Sheik é punido pelo STJD e não joga a ‘final’

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Emerson Sheik está fora da "decisão" do Corinthians contra o Palmeiras, domingo, no Pacaembu. Em julgamento nesta quinta-feira, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro, o atacante foi punido com um jogo de suspensão.

O julgamento se deu por causa de um pisão no pescoço do lateral Daniel, do Avaí, em partida disputada no dia 11 de outubro, no Pacaembu (veja no vídeo abaixo). Emerson foi enquadrado no artigo 250 (ato hostil) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Dois dos auditores chegaram a sugerir que Sheik fosse julgado por agressão (artigo 254), aplicando a ele uma punição que poderia variar entre quatro e seis jogos. Mas a maioria dos auditores o manteve enquadrado no artigo 250 do CBJD.

A pena aplicada nesta quinta foi a mesma aplicada no primeiro julgamento, feito em 11 de novembro, quando Sheik havia pegado um jogo de suspensão. Na ocasião, o Corinthians obteve um efeito suspensivo para que ele enfrentasse o Atlético-PR no fim de semana seguinte. A nova audiência, marcada para o último dia 22, acabou adiada, o que deu condições ao atacante de enfrentar o Figueirense, no último domingo.

Com o adiamento, uma nova sessão foi marcada para esta quinta-feira. E o advogado do clube paulista, João Zanforlin, iniciou pedindo novo adiamento do caso. O presidente do Tribunal Pleno, Rubens Approbato (que é conselheiro vitalício do Corinthians), porém, indeferiu o pedido. O julgamento foi realizado normalmente.

A diretoria do clube paulista, aliás, não poupou esforços para conseguir o maior número de argumentos que pudessem livrar o atacante de qualquer punição. Um perito foi contratado para analisar as imagens do lance em que Sheik pisa em Daniel. A conclusão da defesa do corintiano era de que ele não teve intenção de atingir o adversário. O vídeo, com todas as marcações feitas pelo perito, foi levado ao tribunal e exibido aos auditores.

Zanforlin também fez questão de lembrar aos auditores de que o árbitro Leandro Pedro Vuaden deu apenas cartão amarelo a Emerson. Segundo o advogado do Timão, a presença do auxiliar e do quarto árbitro próximos à jogada mostra que o lance não teve a gravidade questionada pelo tribunal.

– Emerson não fez nada. Ao final do jogo, ainda foi conversar com o jogador atingido. Olhem a presença do quarto árbitro. Ele está ao lado do lance. O auxiliar estava perto do lance também – disse Zanforlin, durante a defesa.

O procurador Paulo Schmitt contestou a versão de Zanforlin.

– O caso é de agressão. Com todo respeito à defesa, a imagem é clara. Ele chuta o adversário e depois, em vez de pular, pisa no mesmo. Não interessa se são amigos, se se abraçaram depois. O que importa é o momento. No momento, o Daniel sentiu o pisão e a maldade. Houve uma equivocada análise da primeira instância ao desclassificar o lance de agressão para ato hostil. Emerson deveria ter sido suspenso por, no mínimo, quatro jogos – disse Schmitt.

Zanforlin queria o árbitro em julgamento
Zanforlin retrucou, dizendo que gostaria que o árbitro Vuaden fosse ouvido no julgamento, assim como ocorreu na sessão que puniu o zagueiro Bolívar, do Inter, por seis meses, após entrada dura em Bobô, do Bahia.

– Queríamos ouvir o árbitro, como fizeram no caso do Bolívar, mas não deram esse direito ao Corinthians. Gostaria de saber do Leandro Pedro Vuaden porque ele deu o cartão amarelo ao Emerson. O dia em que um advogado tiver condições de trazer um árbitro para depor eu vou dar risada. Quem deveria ter indiciado o juiz era a procuradoria – disse Zanforlin.

– Olhem o samba maluco em que estamos. A regra do jogo é do árbitro. Quando ele toma uma decisão, tribunal nenhum do mundo pode mudar a sentença sem que o mesmo confesse o seu erro – emendou o advogado corintiano.

O relator Flávio Zveiter começou pedindo dois jogos de suspensão. O auditor Virgílio Val deu provimento ao pedido da Procuradoria e foi ainda mais duro: pediu quatro partidas de gancho.

O auditor José Mauro Couto abriu seu parecer dizendo não se lembrar de já ter votado contra o Corinthians e elogiando o advogado do clube paulista. Ele diz que gosta de absolver e se denomina um "apóstolo da absolvição". Mas cita o chute de Emerson no adversário antes mesmo do pisão e pede seis jogos de punição com base no artigo 254 (agressão).

O auditor Francisco Mussinch diverge em relação aos últimos votantes, diz que não considera o lance uma agressão e mantém a pena aplicada no primeiro julgamento, de uma partida de suspensão.

O auditor Caio César também diz que não considera o lance uma agressão e acompanha o relator Flávio Zveiter com o voto de duas partidas de suspensão.

Na sequência, os auditores Alexandre Quadros e Dário Rocine acompanham a divergência de Mussinch, votando pela punição de apenas uma partida.

O auditor Felipe Bevilacqua, porém, votou por quatro partidas de suspensão ao atacante Emerson, com base no artigo 254 (agressã
O presidente do Tribunal Pleno, Rubens Approbato, porém, acompanhou o auditor Mussinch e votou pela suspensão do atacante Emerson por uma partida também com base no artigo 250.
– Espero que essas decisões não caiam mais no colo de um corintiano como eu. Quero estar na geral torcendo e não aqui. Voto por uma partida de suspensão no artigo 250. Infelizmente o Emerson está fora da última partida do campeonato.

Fonte: Globo.com

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