Cavalcante depõe sobre morte de PRF; ex-deputado seria mandante

O ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante depôs por duas horas nesta quarta-feira, dia 7, ao juiz Maurício Brêda, da 7ª Vara Criminal da Capital. O ex-militar foi arrolado como testemunha pelo Ministério Público Estadual no crime que teve como vítima o agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Marcos Antonio Leite Magalhães, ocorrido em 2003.

O ex-deputado federal Francisco Tenório, que está preso na Casa de Custódia da Polícia Civil desde janeiro deste ano, é apontado como autor intelectual do crime. Cavalcante não deu qualquer declaração à imprensa durante sua permanência no Fórum do Barro Duro. Após o depoimento, o ex-militar foi reconduzido ao sistema prisional de Alagoas sob forte escolta policial. O juiz Maurício Brêda também não fez nenhuma declaração sobre a oitiva. A promotora do caso, Marília Cerqueira, disse apenas que diligências estão sendo realizadas no caso.

Em abril deste ano, a Polícia Civil de Alagoas – por determinação da 7ª Vara – instaurou cinco inquéritos para investigar a autoria material ou intelectual do ex-deputado e delegado em crimes registrados no estado. A PC designou, à época, cinco delegados: Denisson de Albuquerque Souza, Egivaldo Lopes de Messias, Valdor Coimbra Lou, Alcides Andrade e Roberto Jorge Lisboa da Silva.

Cada um deles vai investigar um destes crimes: o assassinato de Cícero Sales Belém (morto na tarde de 1º de novembro de 2005, no Tabuleiro dos Martins); José Cícero Pereira (Cícero Pitu), morto em junho de 2006, no Cleto Marques Luz, ele pertenceria à gangue do sargento Raimundo Medeiros; Isailda Ferreira da Silva, assessora parlamentar do ex-deputado federal, morta em setembro de 2001; o fazendeiro José Fernandes Fidélis, morto no dia 28 de outubro de 2005, no módulo III do presídio Baldomero Cavalcanti. Era apontando como mandante de uma chacina em Viçosa e estava condenado a 14 anos de prisão; e o policial rodoviário federal Marcos Antonio Leite Magalhães, morto em 2003.

Francisco Tenório foi preso no dia 2 de fevereiro, em Brasília, horas depois de ser considerado ex-deputado. Ele perdeu a eleição e foi preso por agentes da Polícia Federal, a pedido da Polícia Civil de Alagoas, acusado de participar de um consórcio de deputados – entre eles, Antônio Albuquerque e João Beltrão – para matar o ex-cabo José Gonçalves, da PM, morto em um posto de gasolina na Via Expressa, em 1996. Segundo o processo, João Beltrão teria mandado matar Gonçalves "por motivo fútil": ele se recusou a matar um desafeto de Beltrão.

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