A precariedade do aparelho de segurança tem criado situações surreais no interior do Estado. Em União dos Palmares, a delegacia regional – que centraliza os serviços de sete distritos policiais da área 3 – retomou as consultas e emissão de certidões dos registros policiais após uma semana de suspensão do serviço. A interrupção teria ocorrido devido a um problema com o provedor da internet da delegacia.
O problema é apenas mais um no rosário de dificuldades enfrentado pelos agentes. Há relatos de presos dormindo nos corredores da regional, devido à superlotação das celas. Atualmente, apenas três xadrezes estão em operação, com capacidade para 12 detentos, no entanto, cada unidade conta – atualmente – com até 25 presos.
A situação é tão caótica que religiosos, parentes e moradores da cidade formaram uma comissão para denunciar os problemas. O prédio da delegacia também apresenta problemas estruturais. Há celas com grades serradas, veículos apreendidos expostos a céu aberto, que propiciam a proliferação de doenças, além da escassez de pessoal.
Os problemas são comuns à maioria das delegacias do interior. A Delegacia Geral de Polícia Civil já determinou a reforma de vários distritos no interior. A estrutura das delegacias é, inclusive, um dos principais pontos de reivindicação do Sindicato dos Policiais Civis e Delegados de Alagoas. Há situações críticas, como a da delegacia de Palmeira dos Índios, que foi interditada após os agentes se intoxicarem com a falta de condições de higiene no local.
Quanto à União dos Palmares, a regional ainda enfrenta outros problemas, como apenas uma viatura, que por vezes precisa ser empurrada durante as ocorrências policiais. Há improvisação, também, quando da prisão de mulheres. Como a delegacia não possui cela para presas femininas, as acusadas são mantidas junto ao corrimão até a transferência para Santana do Mundaú.
Em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, a reportagem do Alagoas24horas foi informada que a delegacia geral está finalizando o projeto para a construção de uma casa de custódia no interior do Estado, o que deverá desafogar os distritos.
Só a partir da transferência desses presos é que a delegacia-geral irá adotar providências quanto à reforma das unidades. Não foram estebelecidos prazos.