A estudante Kerolly Oliveira Pimentel, de 15 anos, e outras quatro testemunhas estiveram na manhã desta sexta-feira (16) na 5ª Vara Criminal de Arapiraca para participar da audiência relativa ao caso envolvendo a morte da professora Claudenice Oliveira Pimentel, que foi incendiada pelo ex-companheiro da vítima fatal, o sargento da Polícia Militar, José Cabral do Nascimento, 49, no dia 3 de agosto passado.
A menor chegou ao Fórum de Arapiraca mostrando-se ainda abalada e com a mão esquerda e perna direira envolvidas em gases. Ela estava acompanhada por dois tios.
Os depoimentos foram conduzidos pelo juiz Anderson Passos. As testemunhas foram arroladas pelo Ministério Público e pela defesa do militar, a cargo do advogado Raimundo Palmeira. De acordo com o magistrado, a audiência serviu para saber se haverá julgamento com formação de júri popular.
Kerolly, além de ser sobrevivente, foi ouvida por também ter sido atacada pelo militar que tentou enforcá-la com um fio plástico e incendiar seu corpo, antes de atacar e matar a mãe da jovem na residência da família, no bairro Cacimbas, em Arapiraca.
Segundo um irmão da professora Claudenice Pimentel, num quarto localizado nos fundos da residência foram encontradas roupas e também outros pertences do ex-companheiro da vítima, o que, na opinião dele, caracteriza o crime como premeditado.
José Cabral do Nascimento é o único suspeito pelo crime e pela tentativa de homicídio. Ele também ficou ferido pelas chamas e chegou a ficar internado em Maceió.
O advogado de defesa afirmou que o acusado sofre com problemas de esquizofrenia. “Ele tem na família histórico de esquizofrenia. Precisamos saber se no momento do crime, ele estava lucido ou não. Falou que viu um vulto passando”, disse.
No último dia 10 de outubro, o acusado passou por uma avaliação psiquiátrica no Centro de Apoio Psicossocial Nise da Silveira, em Arapiraca. De acordo com a psiquiatra responsável, o sargento estaria em condições mentais normais para ser citado no caso.
O militar teve, então, 10 dias úteis para apresentar sua defesa, o que não aconteceu, pelo fato de não ter advogado de defesa. Por isso, o juiz Anderson Santos nomeou o defensor público André Chalub Lima para promover a defesa de Cabral.