O Banco do Nordeste do Brasil definiu as metas de aplicação dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para Alagoas em 2009. A previsão é investir inicialmente cerca de R$ 200 milhões do Fundo na economia alagoana este ano, mas, segundo o superintendente estadual do BNB em exercício, Marcos Machado, essa é apenas uma base de aplicação, esperando-se um aumento de acordo com a demanda pelo crédito na região.
“A base da economia alagoana, historicamente centrada na agropecuária, começa a apresentar sinais de diversificação. Há o crescimento do setor de serviços na formação do PIB, com destaque para as atividades ligadas ao turismo. Em segundo, o PIB agropecuário. A cultura da cana-de-açúcar e a pecuária leiteira são as principais atividades praticadas nas grandes propriedades alagoanas. O setor industrial também vem apresentando crescimento no PIB. Esperamos assim alavancar o desenvolvimento do Estado com a aplicação dos recursos do FNE, voltados principalmente para investimentos de longo prazo, com taxas bastante competitivas”, destaca.
A programação do FNE para 2009 é construída pelo Banco com a participação de representantes dos setores produtivos, do poder público e da sociedade civil organizada. Em Alagoas, pela programação, a maior parte dos recursos deverá ser investida nos setores de Infra-Estrutura, Comércio e Serviços, e Agricultura Familiar, com cerca de 20% do total para cada um desses segmentos. Em seguida vêm os setores de Agricultura, Pecuária, Indústria, Agro-Indústria e Turismo, cada qual com cerca de 8% do total.
A gerente da Célula de Negócios do BNB em Alagoas, Iêda Valéria Barbosa Cavalcante, ressalta ainda que 35% desses recursos devem ser aplicados na região do semi-árido alagoano. “Em 2009 queremos dar ênfase a projetos de infra-estrutura econômica desenvolvida pela iniciativa privada no semi-árido, compreendendo: transporte, energia, armazenagem, comunicação, abastecimento de água e esgotamento sanitário; dotar os produtores locais de infra-estrutura hídrica, de forma que possam enfrentar os longos períodos de seca que assolam a região do semi-árido nordestino; apoiar empresas com atividades no semi-árido, através de financiamento para capital de giro insumos, e interferir junto aos órgãos governamentais no sentido de melhorar a infra-estrutura para financiar atividades dos setores industrial ou agroindustrial naquela área”, esclarece.
Iêda enfatiza que a programação de aplicação do FNE em Alagoas também prioriza um aporte maior de recursos para as mini, micro e pequenas empresas, em cerca de 46% do total. “Pretendemos atender as MPE’s através de parcerias com a Fampec, o Sebrae, a Associação Comercial e a CDL, com a promoção de treinamento de contadores e consultores da Associação Comercial para facilitar a elaboração de projetos de financiamento daquelas empresas com o BNB, além de incrementar a realização de negócios na área comercial com as empresas e seus sócios, em operações de longo prazo e de capital de giro insumos”, disse.
O superintendente Marcos Machado lembra ainda que “as estratégias setoriais da ação financiadora do BNB em Alagoas, para o ano de 2009, considera aspectos como: a dinâmica econômica do Estado, no momento em que são adotadas pelos Governos Estadual e Federal medidas de diversificação da matriz econômica; a mobilização da iniciativa privada em investimentos, principalmente nos setores de indústria, comércio e serviços; e as ações de parceiros que, através de projetos, visam ao fortalecimento das micros e pequenas e empresas”.
No caso do setor industrial, ele adianta que o BNB pretende continuar o financiamento das indústrias que estão vindo se instalar no Estado, em especial as da cadeia produtiva do Químico e Plástico, e Têxtil e Confecções. Em relação à agroindústria, Machado informa que o BNB vai identificar demandas de crédito nos segmentos de beneficiamento nos APLs Ovinocaprinocultura no Sertão, Piscicultura Delta do São Francisco, Laticínios Sertão e Apicultura. No turismo, a proposta é atuar no fortalecimento dos APL’s Turismo – Costa dos Corais, Turismo – Lagoas e Mares do Sul e Turismo –Caminhos do São Francisco. Para o setor de infra-estrutura, o superintendente destaca a priorização do apoio a projetos de geração de energia e de logística. Já para a pecuária, a idéia é incentivar com o crédito a aqüicultura na região do Baixo São Francisco, bem como projetos de bovinocultura de leite e corte.