ZURIQUE (SUIÇA) – Uma brasileira grávida foi torturada no domingo na Suíça por ‘skinheads’ neonazistas — extremistas que pregam a xenofobia e a supremacia branca. As agressões à advogada Paula Oliveira, de 26 anos, foram tão sérias que ela perdeu as filhas gêmeas que iria ter daqui a seis meses.
Paula foi espancada e retalhada com estiletes por cerca de 10 minutos por três homens, um deles com uma cruz suástica tatuada na cabeça. Eles atacaram a brasileira quando ela saía de um trem, falando com a mãe que estava no Brasil pelo celular. A suspeita é que os ‘skinheads’ a atacaram quando repararam que ela estava falando em português.
Segundo também advogado e secretário parlamentar Paulo Oliveira, pai de Paula, ela ficou com mais de 100 ferimentos pelo corpo. Entre eles estavam vários retalhos que formavam as iniciais do SVP (Partido Popular da Suíça, na sigla em suíço), que participa do governo do país.
Paula, que tem família em pernambuco, está na Suíça legalmente e trabalha num conglomerado dinamarquês de transporte marítimo em Zurique, a maior cidade do país.
No momento em que foi atacada, Paula voltava para casa Dubendorf, cidade a três quilômetros da capital. Ela foi levada para um lugar deserto e deixada seminua pelos agressores, mas não sofreu violência sexual.
FRIEZA DAS AUTORIDADES
Além da brutalidade das agressões, a brasileira ainda se deparou com a frieza das autoridades suíças. A polícia local se negou a dar mais informações sobre o caso para a consul-geral do Brasil em Zurique, a embaixadora Vitória Clever, mesmo depois que a diplomata enviou uma solicitação por escrito requisitada pela própria corporação.
A brasileira ainda teria sido avisada por um policial, mais de uma vez, enquanto era tratada pelos médicos, que se estivesse mentindo a respeito da sessão de tortura, poderia ser processada. Ela chegou ao hospital acompanhada pelo marido suíço e por um detetive, que a socorreram, com o auxílio de uma ambulância, no local onde foi agredida.
Paula continua internada num hospital de Zurique, onde a equipe médica avalia a necessidade de realizar uma curetagem.
O DIA/RJ