As principais montadoras que atuam no mercado norte-americano apresentaram nesta terça-feira fortes reduções em suas vendas no mês de fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior. GM e Ford perderam cerca de 50% de vendas, enquanto na Toyota e na Chrysler recuaram na casa dos 40%.
A GM (General Motors) foi a que apresentou o pior desempenho. A empresa anunciou uma queda de 52,9% das vendas no país em fevereiro, com 127.296 unidades ante 270.423 em fevereiro do ano passado. A venda de caminhonetes sofreu mais, com perda de 55%, enquanto a de veículos leves recuou 50%.
A Chrysler, por sua vez, vendeu 84.050 unidades, 44% a menos do que em fevereiro de 2008. Já a Ford vendeu 96.044 unidades no mês passado, contra 192.248 no mesmo mês em 2008. A queda foi de 48%.
As vendas da montadora japonesa Toyota tiveram o resultado menos pior entre as montadoras: recuaram 39,8% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 109.583 unidades. Em fevereiro de 2008 foram vendidas 182.169 unidades. Segundo a empresa, as vendas de carros caíram 36,3%, para 64.956 unidades. Já as vendas de caminhões leves tiveram queda de 44,4%, para 44,627 unidades.
O setor automobilístico se tornou um dos mais afetados por uma crise que começou no setor financeiro e acabou por jogar a economia dos EUA em recessão. O diário americano "The Wall Street Journal" ("WSJ") informou recentemente que conselheiros independentes do Departamento do Tesouro começam a estudar "seriamente" a possibilidade de que as montadoras americanas GM (General Motors) e Chrysler tenham de ser protegidas sob o "Chapter 11", o capítulo da legislação americana que regulamenta as falências e concordatas.
A GM e a Chrysler, outra montadora americana com problemas, apresentaram seus planos de reestruturação ao Congresso, como contrapartida pela ajuda de US$ 17,4 bilhões oferecida a ambas em dezembro do ano passado. As duas empresas solicitaram uma quantia suplementar –US$ 5 bilhões para a Chrysler, que já obteve US$ 4 bilhões, e até US$ 16,6 bilhões para a GM, que já conseguiu US$ 13,4 bilhões.
Crise no Japão
Hoje a filial financeira do grupo automobilístico Toyota anunciou que vai solicitar um empréstimo ao governo japonês, devido à crise econômica mundial. A empresa não revelou o valor a ser solicitado, mas, segundo a imprensa local, o valor deve chegar a cerca de US$ 2,1 bilhões.
"É uma medida destinada a diversificar nossas fontes financeiras, no momento em que a situação está cada vez mais difícil no mercado internacional, especialmente nos Estados Unidos", disse à France Presse um responsável da Toyota Financial Services, Mio Sugito.