‘Eu votei nulo. Não faço pacto com bandido’, diz João Carlos

O deputado estadual pastor João Carlos (PTB), que ocupa uma das vagas dos parlamentares afastados por suspeita de corrupção, negou em entrevista ao Alagoas 24 Horas que tenha votado em Fernando Toledo (PSDB) para a presidência da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.

João Carlos se disse indignado com as informações que foram veiculadas na imprensa. Segundo ele, o nome dele foi citado de forma “errônea”. “Disseram que eu votei na Mesa Diretora presidida pelo Fernando Toledo, mas sem nem me consultar e ainda ouviram uma fonte que não revelam. Isto não aconteceu. Eu não votei no Toledo. Eu votei nulo. Não faço pacto com bandidos”, frisou João Carlos, em entrevista ao Alagoas 24 Horas.

João Carlos salientou ainda que os votos a mais que Fernando Toledo teve – totalizando os 18 – devem ter vindo de fato do grupo dos suplentes, mas que ele não foi o traidor. “Soube inclusive que houve um jantar com os suplentes para comemorar a vitória. Eu não estava lá, não posso afirmar quem votou no Fernando Toledo”, colocou.

O pastor frisou ainda que não descarta da traição ter surgido do bloco oposicionista. “O Rui Palmeira teve uma conversa com o governador no Palácio República dos Palmares e voltou triste de lá”, colocou o suplente. João Carlos disse que não soube o que foi conversado entre Rui Palmeira e o governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB).

“A atual Mesa Diretora foi sempre alvo das minhas críticas, seria estranho se agora eu votasse a favor dela”, sentenciou o pastor. O Alagoas 24 Horas ouviu ainda o deputado estadual Rui Palmeira (PR) para tentar saber detalhes da reunião com Vilela.

Rui Palmeira disse que tratou outros assuntos além da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Porém, confirmou o encontro. “Eu falei ao governador sobre os riscos destes deputados (os afastados) retornarem ao parlamento e quererem vingança. Ele (o governador) não concordou comigo. Não havia espaço para que eu pedisse apoio para o meu nome à presidência da Assembleia Legislativa”, explicou.

Palmeira afirmou ainda que tem certeza de que a traição não partiu dos petistas Judson Cabral e Paulo Fernando dos Santos, o Paulão. “Isto partiu do grupo dos suplentes”, analisou. “Não sei quem foi. E não é difícil de saber: é só pegar as imagens da televisão e saber quem riscou as cédulas”, complementou. Riscar a cédula era indicativo de voto nulo, na eleição de ontem para a presidência da Casa de Tavares Bastos.

Rui Palmeira rasgou a cédula de votação. “Quando eu falei ao governador sobre a indefinição dos suplentes, ele mostrou surpresa: ‘Até os suplentes’”, reproduziu o parlamentar, lembrando da conversa com Teotonio Vilela Filho no Palácio República dos Palmares.

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