Juízes da 17ª Vara Criminal da Capital deram início na manhã desta sexta-feira, 6, aos depoimentos dos réus presos durante a Operação Coroa, deflagrada em setembro do ano passado, pela Polícia Federal em Alagoas. Segundo a PF, a quadrilha atuaria em Alagoas e Pernambuco há mais de 10 anos e o seu desmantelamento teve início com a prisão do traficante Oswaldo Sousa Santos, de 51 anos, em março do ano passado, em Maceió.
A polícia acusa Osvaldo Santos de introduzir o crack em Alagoas, o que lhe rendeu o apelido de ‘Barão do Crack’. Na época da operação, a Polícia Federal apreendeu R$ 79 mil, notebooks, máquinas fotográficas, quatro veículos, três motocicletas, documentos falsos e cartões de créditos. Em uma propriedade na cidade de Lagoa dos Gatos, em Pernambuco, que era utilizada como refinaria de cocaína, os policiais federais apreenderam aproximadamente 29 quilos de crack. A droga viria de Ponta Porã, fronteira do Brasil com o Paraguai.
Além do ‘Barão do Crack’, durante a operação foi presa a advogada Mary Any Vieira Alves, acusada de associação criminosa. A advogada teve o direito de exercer a advocacia temporariamente suspenso, devido a uma investigação da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas.
Na manhã de hoje, a advogada negou qualquer envolvimento com a organização criminosa e disse não conhecer Osvaldo Sousa Santos. “Não sei quem ele (Osvaldo) é, mas espero que tudo seja esclarecido".
Durante o inquérito, 12 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal. Os denunciados deverão depor à juíza Ana Raquel Gama, no prédio onde funciona atualmente do Fórum de Maceió. Os presos, que estão no sistema prisional – a exceção é a advogada Mary Any, que está presa no Quartel do Corpo de Bombeiros – foram levados para o fórum sob forte esquema de segurança. Os depoimentos não têm horário para terminar.