O conjunto Quadro Antiquo, formado por músicos especializados em performance histórica, principalmente do repertório europeu dos séculos XVI e XVIII, é a atração do projeto Música no Museu, nesta terça-feira, 10, às 20h, no Museu da Imagem e do Som (Misa). O show é gratuito.
De acordo com o diretor do Misa, José Márcio Passos, o projeto é viabilizado com recursos do Ministério da Cultura e conta com apoio logístico da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
Trajetória – Sob a coordenação geral de Kristina Augustin e sediado na cidade de Niterói/RJ, o Quadro Antiquo iniciou suas atividades em 2006. Em março de 2007, motivados pelo diretor da série Música no Museu, foi elaborado o programa de concerto Versos Cantados, com obras dos cancioneiros Ibéricos do século XVI. Com esse programa, o grupo realizou uma turnê em sete cidades do Nordeste brasileiro: Olinda, Recife, Salvador, João Pessoa, Aracaju, São Cristóvão, Maceió.
Em julho do mesmo ano, o grupo apresentou-se em uma série de concertos em cidades mineiras como Belo Horizonte, Ouro Preto, Tiradentes, São João Del Rey e Barbacena, além de concertos nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro. Esse trabalho resultou na gravação do disco Versos Cantados.
Em março de 2008, o grupo participou de uma série de concertos comemorativos dos 200 anos da chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro, apresentando-se em igrejas como Outeiro da Glória e Igreja do Carmo (antiga Sé), além de várias entrevistas para televisão e rádio.
Ainda em 2008, realizou uma turnê por quatro cidades portuguesas (Lisboa, Santarém, Aveiro e Porto), além de um concerto com composições de Villa-Lobos, fortemente influenciado pela música de seresta, utilizando-se de gêneros como a modinha e o lundu em suas obras.
Cantares Brasil – No Cantares Brasil, os integrantes do Quadro Antiquo interpretam um repertório representativo da produção musical brasileira dos séculos XIX e XX, culminando com uma homenagem ao compositor Villa-Lobos, reunindo uma seleção de obras arranjadas especialmente para a formação pouco convencional do grupo.
Por isso, para iniciar o concerto começa com uma seleção de modinhas e Lundus. A modinha sempre esteve relacionada à aristocracia, aos saraus familiares e em teatros, tanto em Lisboa quanto nos principais teatros brasileiros do Rio de Janeiro, Recife e Bahia.
Paralelamente, o Lundu ou Lundum, na mesma época, mas relacionado aos negros, também se estabelecia. Com origem no batuque africano, trata-se de uma dança de pares com certa sensualidade, muitas vezes cantado, com ritmo bastante sincopado trazendo no texto uma divertida malícia.
Por cerca de um século, a modinha tornou-se o gênero predominante como música de salão e predileta de compositores brasileiros e portugueses. No entanto, por volta de 1830, populariza-se fora dos salões. O piano vai sendo substituído pelo violão nas mãos dos seresteiros e a modinha ganha as ruas caminhando para o gênero que passamos a denominar canção. Nessa atmosfera nasceu o compositor homenageado.
Modinhas e Lundus
Os teus olhos e os meus olhos —Antonio Leal Moreira (1758 – 1819)
Cuidados Tristes cuidados — Marcos Portugal (1762 — 1830)
Lundum (instrumental) — Anônimo
Hei de amar-te até morrer —anônimo (recolhida por Mário de Andrade)
A mulata — Xisto Bahia (1841- 1894)
Chula Ponteada – do livro "Cifras de Música para Saltério" de Antonio Vieira dos Santos (música de salão em Paranaguá e Morretes no início do séc. XIX)
Esta noite José — Francisco Leal
Revisitando Villa-lobos
Melodia Sentimental (Floresta do Amazonas- 1958) Poesia de Dora Vasconcellos
Choro n.1
Modinha
Manda Tiro, Tiro Lá (Rio de Janeiro – 1943)
Veleiro (Floresta do Amazonas – 1958) Poesia de Dora Vasconcellos