Policiais da Delegacia de União dos Palmares e da Diretoria de Recursos Especiais (DRE) prenderam as irmãs Ivonete Maria Lopes e Luciana Dantas da Silva, conhecidas como Vânia e Lúcia “Dantas”, e Augusto Dantas da Silva, acusados da autoria intelectual (mandante) do duplo homicídio que teve como vítimas o jogador de futebol João Francisco Simões de Azevedo e o marchante Fábio de Lima Silva.
Eles foram executados a tiros e facadas no interior do Drink’s bar, no bairro Roberto Correia de Araújo, na periferia daquela cidade, em julho de 2006.
Os três estão com prisão preventiva decretada pela Justiça local. As duas mulheres foram no município de Nossa Senhora das Dores, em Sergipe, enquanto Augusto foi preso na Zona Rural de Santana do Mundaú, em Alagoas. Com ele, a Polícia apreendeu cinco espingardas de diversos calibres.
As mulheres e Augusto, que é tio delas, acusavam João Francisco de ter envolvimento no assassinato do chefe da família Dantas – José Dantas -, ocorrido em junho de 2006. e, por isto, teria planejado o atentado.
Também são acusados do duplo homicídio, os pistoleiros Cristiano Flor da Silva, o “Galego”, sobrinho das mandantes, Claudevan Cícero da Silva, o “Van”, além de Luís Carlos da Silva, o “Vigia”, além de Fábio Borges – estes dois últimos teriam dado apoio ao atentado e que se encontram recolhidos ao sistema prisional do Estado.
Dona Maria Celeste Cachate da Silva, avó do jogador João, esteve na tarde desta quinta-feira (19) na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil, em Jacarecica. Ela lembrou ter precisado de muito apoio para conseguir ver esclarecido o assassinato do neto e do amigo “Fabinho”. A mãe de “Fabinho”, Luzia Maria de Lima, também veio a Maceió para ver de perto os mandantes do duplo crime.
Segundo Maria Celeste, o processo foi desengavetado pela Polícia Civil graças à interferência da corregedora Ivani Auxiliadora Mendonça dos Santos, do Conselho Nacional do Ministério Público (em Brasília). “Dou graças a Deus, porque abriu as portas também para o secretário Paulo Rubim (SDS), para o Dr. Washington (adjunto da SDS) e os delegados Marcílio Barenco (delegado-geral) e Cícero Lima (que preside as investigações)”, disse ela.
“Meu neto era um rapaz bom. Tinha jogado no CSA e estava atuando no Mineiros de Goiás (GO) e o amigo dele também”, declarou Maria Celeste.
A avó de João considera o caso esclarecido e entra numa nova “cruzada”. Agora ela quer esclarecer o assassinato do filho. Henrique Simões de Melo foi morto, por asfixia, e jogado no Rio Mundaú, três meses após a morte do sobrinho.
O delegado Rodrigo Rubiale, da Diretoria de Recursos Especiais (DRE), que apresentou os presos à imprensa na sede da Polícia Civil, em Jacarecica, na tarde desta quinta-feira, destacou o trabalho desenvolvido pelo delegado Cícero Lima, em União dos Palmares.
“Nós da DRE demos o apoio, mas o méritos são do delegado Lima, que tem desarquivado vários inquéritos que estavam pendentes naquela região”, completou ele.
Cícero Lima foi o terceiro delegado do caso. Ele inclusive está tentando prender os outros dois acusados do crime (autores materiais), que permanecem foragidos.