Peritos da Polícia Federal em Alagoas realizam nesta quarta-feira, dia 1º, a perícia no Fórum Desembargador Paulo de Albuquerque, em Matriz do Camaragibe, depredado na tarde de ontem por trabalhadores rurais que foram lesados por uma dupla de aliciadores. Os trabalhadores acusam os aliciadores de se apropriar de mais de R$ 100 mil, além das carteiras profissionais dos trabalhadores, que teriam sido contratados para trabalhar nos estados do Mato Grosso e Bahia.
Além da destruição, os peritos deverão avaliar se foram levados documentos do fórum, e colher impressões digitais para identificação dos culpados. Também foram depredados os prédios da Secretaria Municipal de Saúde, Assistência Social e Biblioteca Pública. Durante o tumulto, que durou várias horas, 12 trabalhadores rurais foram presos e encaminhados para o Sistema Prisional de Alagoas, e deverão responder pelo crime de dano ao patrimônio.
A operação para encerrar o protesto foi coordenada pelo delegado Rodrigo Rubiale, que responde pela Delegacia de Recursos Especiais da Polícia Civil, à qual o Tático Integrado Grupo de Resgates Especiais (Tigre) é submetido. O policiamento foi reforçado na cidade pelo Pelopes e Bope, ainda na noite de ontem, e foi decretado toque de recolher. Alguns populares acusaram a polícia de uso excessivo da força. Na manhã de hoje, no entanto, o clima é considerado tranquilo na cidade.
A Polícia Federal confirmou que irá pedir a prisão preventiva dos dois acusados de lesar os trabalhadores rurais, identificados como Cícero Gomes dos Santos e José Ferreira Lins Filho, presos na semana passada, após um tumulto.
Ontem, o tumulto teve início quando os trabalhadores foram informados que os aliciadores teriam sido liberados pela PF após pagamento de fiança. O grupo de quase mil trabalhadores teria tentado falar com o juiz da comarca e não obteve êxito, o que provocou a revolta entre os protestantes, uma vez que não conseguiram o reembolso do dinheiro e a devolução das carteiras de trabalho.