Cientistas norte-americanos vêm trabalhando no desenvolvimento de um medicamento que teria a capacidade de apagar informações do cérebro. A informação foi publicada na segunda-feira (6), no jornal "The New York Times".
Batizado de Zip, o remédio bloqueia a atividade de uma molécula que, aparentemente, o cérebro precisa para armazenar grande parte das informações.
Especialista em neurociência, Todd Sacktor lidera o grupo de pesquisadores radicado em Nova York e disse ao jornal que, caso esta molécula seja tão importante como parece, poderia promover melhorias em tratamentos de lembranças traumáticas e ajudaria o processo de aprendizado.
Em uma das experiências, um membro da equipe "ensinou" ratos a memorizar a localização de objetos e a se movimentar por uma pequena caixa, de modo que evitassem uma descarga elétricas em suas patas.
Depois de aprenderem estes movimentos, os animais conseguiam evitar os choques, mesmo passando um mês fora do local.
No entanto, após a aplicação do Zip, os ratos esqueceram do que tinham aprendido.
Um outro experimento realizado por pesquisadores israelenses descobriu que, com uma dose de Zip, os ratos esqueciam um sabor que não tinha lhes agradado três meses antes.
Apesar de a pesquisa estar limitada a animais, os cientistas acreditam que o sistema de memória funciona da mesma maneira nos seres humanos.
A ideia foi levada ao cinema no filme "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" (2004), no qual a protagonista se submete a um procedimento científico para apagar as recordações do seu parceiro.